Monday, November 30, 2015

Slicose - Tratamento

Slicose - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não há tratamento específico para a silicose. Dada a possibilidade da progressão, o trabalhador deve ser
imediatamente afastado da exposição. Recomenda-se a suspensão do tabagismo. O transplante pulmonar pode ser
indicado em casos selecionados. Os estudos sobre profilaxia da sílico-tuberculose com a vacinação com BCG são
controversos. A quimioprofilaxia com tuberculostáticas é um método eficaz para preveni-la, notadamente em silicóticos
reatores fortes ao PPD.


Sunday, November 29, 2015

Slicose - Quadro clínico e diagnóstico

Slicose - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A silicose pode apresentar-se em três formas:

SILICOSE AGUDA: forma rara, associada à exposição maciça à sílica livre, em jateamento de areia ou moagem de quartzo
puro, levando à proteinose alveolar pulmonar associada a infiltrado intersticial inflamatório. Normalmente
aparece dentro dos cinco primeiros anos de exposição com sobrevida em torno de um ano;

SILICOSE SUBAGUDA: alterações radiológicas precoces, após cinco anos de exposição. As alterações radiológicas são de
rápida evolução, apresentando-se inicialmente como nódulos que, devido ao componente inflamatório,
evoluem para conglomeração e grandes opacidades. Os sintomas respiratórios são precoces e limitantes.
Encontrada, no Brasil, em cavadores de poços;

SILICOSE CRÔNICA: latência longa, cerca de dez anos após o início da exposição. Radiologicamente nota-se a presença
de nódulos que podem evoluir para grandes opacidades com a progressão da doença. Os sintomas aparecem
nas fases tardias.
A silicose se apresenta assintomática no início. Com a progressão das lesões, aparecem dispnéia aos
esforços e astenia. Nas fases avançadas, leva à insuficiência respiratória, dispnéia aos mínimos esforços e em repouso,
além de cor pulmonale SOE (ver protocolo correspondente). Há maior prevalência de bronquite crônica (ver protocolo
correspondente), com tosse e escarro. O risco de progressão é maior para os trabalhadores com exposição excessiva,
outras doenças respiratórias concomitantes, hiper-reatividade brônquica ou hipersuscetibilidade individual.
A tuberculose pulmonar deve ser suspeitada quando ocorre rápida progressão das lesões, conglomerados
e grandes opacidades, hemoptise, sintomas constitucionais, como astenia, emagrecimento e febre. Observa-se maior
prevalência de tuberculose em grupos expostos à sílica (silicóticos e não-silicóticos), quando comparados à população
não-exposta.

Outras complicações observadas são: pneumotórax espontâneo, broncolitíase, obstrução traqueobrônquica
por pólipos granulosos desenvolvidos próximos a nódulos hilares, em casca de ovo, e câncer de pulmão.
O diagnóstico é realizado com base na radiologia do tórax, nas histórias clínica e ocupacional de exposição
à poeira de sílica. Entre os exames complementares estão:
RADIOGRAFIA DE TÓRAX: presença de opacidades regulares tipo p, q ou r (segundo a Classificação Internacional de
Radiografias de Pneumoconioses da OITg, de 1980), que se iniciam nos lobos superiores, podendo ser
visualizadas nos campos médios e inferiores nas fases incipientes. A progressão das lesões leva ao aumento
da profusão e aumento do diâmetro dos nódulos, chegando à coalescência (ax) e a grandes opacidades,
que aparecem nos campos superiores e médios, crescendo em direção aos hilos. Outros achados: aumento
hilar (hi), linhas B de Kerley (kl), distorção das estruturas intratorácicas (di) e calcificações ganglionares em
forma de casca de ovo (es). É comum observar dissociação clínico-radiológica nas fases iniciais;
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO TÓRAX DE ALTA RESOLUÇÃO: até o presente, não há dados que indiquem um melhor
rendimento do exame em relação aos raios X no diagnóstico precoce da silicose;

FUNÇÃO PULMONAR: indispensável no estabelecimento de incapacidade, no seguimento longitudinal de trabalhadores
expostos à sílica e na avaliação de trabalhadores com sintomas respiratórios. Não tem aplicação no
diagnóstico da doença. Útil por permitir o autocontrole a partir de valores basais do próprio trabalhador.
Podem ser encontrados padrões restritivos, obstrutivos ou mistos;
BIÓPSIA PULMONAR: indicações restritas: casos de alterações radiológicas compatíveis com exposição à sílica e história
ocupacional não-característica ou ausente; aspecto radiológico discrepante do tipo de exposição referida;
disputas judiciais em que ocorre divergência entre dois leitores capacitados;
CAPACIDADE DE DIFUSÃO PULMONAR DO MONÓXIDO DE CARBONO: pode estar diminuída nos quadros mais graves;

GASOMETRIA ARTERIAL DE REPOUSO E EXERCÍCIO: hipoxemia presente nas fases avançadas.
O diagnóstico diferencial deve ser feito, principalmente, com tuberculose pulmonar e carcinoma broncogênico,
ambos também considerados como complicações evolutivas da própria silicose.


Saturday, November 28, 2015

Slicose - Epidemiologia e Fatores de risco

Slicose - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A silicose é causada pela inalação de partículas de sílica livre (quartzo, sílica cristalina, SiO2). Constituem
fatores de risco de adoecimento dependentes da exposição ocupacional:
- concentração total de poeira respirável;
- dimensão das partículas (as menores de 10 µm podem atingir os alvéolos);
- composição mineralógica da poeira respirável (em % de sílica livre);
- tempo de exposição.
Atividades como jateamento de areia com a finalidade de limpeza de metais são de alto risco se forem
feitas sem proteção adequada. Outras atividades com exposição potencialmente importante, dependendo do teor de
sílica livre cristalina, são trabalho em pedreiras, preparação de mistura a seco na produção de cerâmica branca ou
porcelana, extração de minérios, especialmente em minas subterrâneas, fundições de metais usando-se moldes de
areia, principalmente no desmonte dos moldes e lixamento das peças ainda com areia aderida à superfície e, ainda, a
atividade de construção/reforma de fornos industriais com o corte e lixamento a seco de tijolos refratários.
É uma doença profissional típica, do Grupo I da Classificação de Schilling, reconhecida em todo o mundo.


Friday, November 27, 2015

Pneumoconiose devida à poeira de sílica Slicose - Definição da Doença

Pneumoconiose devida à poeira de sílica Slicose - Definição da Doença

15.3.11 PNEUMOCONIOSE DEVIDA À POEIRA DE SÍLICA (SILICOSE) CID-10 J62.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Silicose é uma pneumoconiose caracterizada pela deposição de poeiras no pulmão, com reação tissular
decorrente causada pela inalação de sílica livre (quartzo, SiO2
cristalizada).


Thursday, November 26, 2015

Pneumoconiose devida ao asbesto - Prevenção

Pneumoconiose devida ao asbesto - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A vigilância em saúde dos trabalhadores expostos a asbesto/amianto e a prevenção da ocorrência da
asbestose devem seguir o estabelecido na Convenção/OIT n.º 139/1974, que trata da Prevenção e Controle de Riscos
Profissionais Causados por Substâncias ou Agentes Cancerígenos, ratificada pelo Brasil em junho de 1990 e vigente
desde junho de 1991, que determina:
- substituir substâncias e agentes cancerígenos por outros não-cancerígenos ou menos nocivos;
- reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo compatível
com a segurança;
- prescrever medidas de proteção;
- estabelecer sistema apropriado de registro;
- informar aos trabalhadores sobre os riscos e as medidas a serem aplicadas;
- garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição às fibras de asbesto a
níveis próximos de zero (lembrando suas propriedades cancerígenas), por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- umidificação dos processos onde haja produção de poeira;
- normas de higiene e segurança rigorosas, colocação de sistemas de ventilação exaustora local e de
ventilação geral adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fibras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- limpeza a úmido ou lavagem com água das superfícies do ambiente (bancadas, paredes, solo) ou por
sucção, para retirada de partículas antes do início das atividades;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- devem ser fornecidos, pelo empregador, equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, como medida complementar à proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências. Quando
as medidas de proteção coletiva forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns setores ou
funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem ser de qualidade
e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância manipulada ou paraDOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO
grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro.
Os filtros devem ser rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante.
A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece regulamento técnico sobre o uso de
equipamentos para proteção respiratória.
A OSHA estabelece o Limite de Exposição Permitido (PEL) para todas as fibras de asbesto maiores de 5 micra
em 0,1 fibra/cm3, mesmo valor do Limite de Exposição Recomendado (REL) estabelecido pelo NIOSH. O Limite de
Exposição (TLV-TWA) para todas as formas de asbesto, adotado pela ACGIH em 1998, é de 0,1 fibra/cm3
(até 1997 era de 0,5 fibra/cm3), com a observação de que o asbesto deve ser considerado carcinogênico humano confirmado, grupo A1.
No Brasil, o Anexo n.º 12 da NR 15 estabelece, desde 1991, a proibição do uso de fibras de anfibólios (crocidolita,
amosita, antofilita, tremolita). Para as fibras respiráveis de crisotila, estabelece o LT de 2,0 fibras/cm3.
A Lei Federal n.o 9.055/1995 disciplina a extração, industrialização, utilização, comercialização e transporte do
asbesto/amianto e dos produtos que o contenham, bem como as fibras naturais e artificiais, de qualquer origem, utilizadas
para o mesmo fim. Essa lei proíbe a extração, industrialização, utilização e comercialização das variedades pertencentes
ao grupo dos anfibólios, a pulverização de todos os tipos de fibras e a venda a granel de fibras em pó. Define também que
todas as empresas que manipularem ou utilizarem materiais contendo asbesto/amianto da variedade crisotila ou as fibras
naturais e artificiais deverão enviar anualmente ao Sistema Único de Saúde listagem de seus empregados, com indicação
de setor, função, cargo, data de nascimento e de admissão, avaliação médica periódica e diagnóstico. Indica que os LT
devem ser revisados anualmente e mantidos o mais baixo exeqüível e que o transporte deve seguir as normas de transporte
de produtos perigosos. Os setores de vigilância do SUS deverão cobrar das empresas, em seu território, o cumprimento
do disposto nessa lei.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde, identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença. Além
do exame clínico completo, recomenda-se utilizar instrumentos padronizados, como o questionário de sintomas respiratórios
já validados nacional ou internacionalmente e exames complementares adequados, incluindo:
- radiografia de tórax no padrão OIT (1980), na admissão e anualmente;
- espirometria, segundo técnica preconizada pela American Thoracic Society (1987), bienalmente.
Medidas de promoção da saúde e controle do tabagismo também devem ser implementadas.


Wednesday, November 25, 2015

Pneumoconiose devida ao asbesto - Tratamento

Pneumoconiose devida ao asbesto - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não há tratamento específico para as doenças relacionadas ao asbesto. O trabalhador deve ser
imediatamente afastado da exposição e recomendada, se for o caso, a suspensão do tabagismo.


Tuesday, November 24, 2015

Pneumoconiose devida ao asbesto - Quadro clínico e diagnóstico

Pneumoconiose devida ao asbesto - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por dispnéia de esforço, crepitações nas bases e baqueteamento digital,
este em fases tardias. O espessamento pleural, na forma de placas ou espessamento pleural difuso, é a doença
relacionada ao asbesto mais prevalente.
O câncer de pulmão pode ser uma complicação relativamente freqüente na evolução da asbestose. Os
mesoteliomas de pleura e peritôneo são fortemente associados ao asbesto, mas não parecem ter qualquer ligação
fisiopatológica com a asbestose.

O diagnóstico é feito com base nas alterações radiológicas e história ocupacional. O tempo de latência é
longo, geralmente superior a 10 anos. Na propedêutica complementar, podem ser utilizados:

RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
tanto o exame quanto a interpretação devem ser feitos de acordo com a Classificação Internacional de
Radiografias de Pneumoconioses da OIT. Pode mostrar pequenas opacidades irregulares do tipo s, t ou u nos
campos inferiores. Com a evolução da doença, podem aparecer opacidades em todos os campos pulmonares.
São símbolos radiológicos freqüentes na asbestose o espessamento da cisura horizontal (pi), faveolamento
parenquimatoso (ho), indefinição dos contornos cardíacos (ih) e diafragmáticos (id). Podem ser encontradas
opacidades regulares devidas à exposição concomitante à sílica ou talco. A radiografia de tórax pode ser normal
em até 20% dos casos iniciais;

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ALTA RESOLUÇÃO:
é útil na detecção precoce da doença, pois possui melhor especificidade e
melhor sensibilidade do que o raio X simples;

FUNÇÃO PULMONAR:
padrão restritivo. Podem ser detectados padrão obstrutivo ou misto (associação com o tabagismo);

DIFUSÃO DE CO2:
diminuído nas fases avançadas;

LAVADO BRONCO-ALVEOLAR:
achados de fibras não significam a presença de asbestose, que é um diagnóstico radiológico e/ou
anátomo-patológico. Associação de alveolite e alterações no mapeamento com gálio na presença de uma
radiografia normal ou pouco alterado são indicativos de asbestose inicial;

BIÓPSIA PULMONAR:
procedimento de exceção. Pode ser via broncoscópica por toracotomia. Deve ser feita em casos com
história ocupacional negativa ou exposição insuficiente com alterações significativas; histórias ocupacional
e clínica significativas sem alterações radiológicas.


Monday, November 23, 2015

Pneumoconiose devida ao asbesto - Epidemiologia e Fatores de risco

Pneumoconiose devida ao asbesto - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Decorre da exposição ocupacional a poeiras de asbesto ou amianto. No estágio atual do conhecimento, a
asbestose é doença profissional dose-dependente dos níveis de concentração de fibras de asbesto no ar, que se
desenvolve lentamente, após tempos de exposição variáveis. Outras doenças associadas ao amianto podem ser
desencadeadas com exposições a baixas concentrações.
Constitue situação de exposição potencialmente importantes o trabalho em fábricas de artigos que utilizam
amianto, como tecidos à prova de fogo e fibro-cimento amianto e o seu manuseio.
É uma doença profissional típica do Grupo I da Classificação de Schilling, reconhecida em todo mundo.
O asbesto é considerado carcinogênico humano confirmado, grupo A1. No Brasil, a NR 15 (Anexo 12)
estabelece, desde 1991, a proibição do uso de fibras de anfibólios (crocidolita, amosita, antofilita, tremolita) e o LT de
2,0 fibras/cm3 para as fibras respiráveis de crisotila.


Sunday, November 22, 2015

Pneumoconiose devida ao asbesto - Definição da Doença

Pneumoconiose devida ao asbesto - Definição da Doença

15.3.10 PNEUMOCONIOSE DEVIDA AO ASBESTO (ASBESTOSE) E A OUTRAS
FIBRAS MINERAIS CID-10 J61.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Asbestose é a pneumoconiose (deposição de poeiras no pulmão e reação tissular que ocorre na sua
presença) causada pela inalação de fibras de asbesto ou amianto.


Saturday, November 21, 2015

Regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.

Regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.

A Instrução Normativa/MTb n.o 1/1994 estabelece regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
Os LT das concentrações de sílica livre cristalizada em ar ambiente, definidos pela NR 15, são calculados
da seguinte forma:
- LT para poeira respirável = % quartzo + 28 mg/m3;
- LT para poeira total (respirável e não-respirável) = % quartzo + 324 mg/m3.
Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados,
periodicamente, à luz do conhecimento e de evidências atualizadas.
Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos,
não impedem o surgimento de danos para a saúde.


Friday, November 20, 2015

Pneumoconiose - Prevenção

Pneumoconiose - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da pneumoconiose dos trabalhadores do carvão baseia-se nos procedimentos de vigilância
em saúde dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. Sobre os procedimentos para a vigilância epidemiológica das pneumoconioses, ver o Manual de Normas
para o Controle das Pneumoconioses – Silicose, Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão e Pneumoconiose por
Poeiras Mistas, do Ministério da Saúde.

O controle da exposição à poeira de carvão mineral pode contribuir para a redução da incidência dessa
pneumoconiose nos grupos ocupacionais sob risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução
da concentração da poeira de carvão no ar dentro dos limites estabelecidos, por meio de:
- substituição de perfuração a seco por processos úmidos; ventilação adequada após detonações, antes
do reinício dos trabalhos;
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação adequados e eficientes;
- monitoramento ambiental sistemático;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Outras medidas de segurança e proteção estão definidas na NR 22, da Portaria/MTb n.o 3.214/1978.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para
alguns setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras
devem ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante.

Thursday, November 19, 2015

Pneumoconiose - Tratamento

Pneumoconiose - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não há tratamento específico, apenas sintomático.
O trabalhador deve ser imediatamente afastado da exposição e encorajado a suspender o tabagismo.
As infecções concomitantes, como tuberculose, devem ser tratadas.


Wednesday, November 18, 2015

Pneumoconiose - Quadro clínico e diagnóstico

Pneumoconiose - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Doença crônica e irreversível que pode se apresentar na forma simples, com evolução lenta e pouco
sintomática, e na forma complicada, com fibrose maciça progressiva, associada à dispnéia, alterações funcionais
respiratórias e letalidade aumentada. A bronquite crônica e o enfisema podem estar presentes de forma isolada ou
combinada. A diferenciação etiológica é problemática quando o mineiro é fumante.
Dependendo do conteúdo de sílica na rocha onde se encontra o carvão, pode ocorrer silicose
simultaneamente. A presença de artralgia nas pequenas articulações proximais com sinais flogísticos e história de
exposição a poeiras minerais faz suspeitar de síndrome de Caplan (J99.1).

Na fisiopatologia, ocorre deposição de pequenas partículas nos alvéolos e no interior dos macrófagos. Poucos
fibroblastos são atraídos para o local, portanto as lesões devem-se à deposição de partículas e menos à fibrose pulmonar,
exceto nos casos de exposição mista, quando a presença de sílica pode levar à fibrose pulmonar.
Entre os fatores que influenciam a resposta pulmonar à poeira de carvão estão:
- concentração de poeira no ar;
- tipo de carvão;
- presença de sílica;
- tempo de exposição;
- suscetibilidade individual.

O sintoma predominante é a dispnéia de esforço, que somente aparece nas formas avançadas ou na forma
maciça progressiva. Quando aparece precocemente é indicação de doença pulmonar associada à pneumoconiose do
carvão. A bronquite crônica se manifesta na forma já descrita anteriormente. A síndrome de Caplan apresenta quadro
de artrite reumatóide concomitante.
O diagnóstico baseia-se no estudo radiológico e na história ocupacional. A pneumoconiose do carvão
raramente ocorre fora da mineração de carvão. Já foi descrita em trabalhadores que manuseavam carvão mineral em
espaços confinados. Deve ser feita uma descrição detalhada de cada atividade do mineiro, relacionando-a com a
magnitude e o tipo de exposição e deve-se pesquisar qual o tipo de carvão e a quantidade de sílica na rocha. Entre os
exames complementares estão:
RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
deve ser utilizada a técnica padronizada pela Classificação Internacional das Radiografias de
Pneumoconioses da OITg
(1980). A radiografia revela presença de opacidades regulares tipo p, q ou r
disseminadas. Normalmente iniciam-se nos campos pulmonares superiores e progridem pelo parênquima
pulmonar, revelando um aspecto nodular difuso. As alterações devem-se ao acúmulo de poeiras, muito
mais que pelo processo fibrótico. Os nódulos podem aumentar de tamanho e apresentarem-se
conglomerados aos raios X (ax). Quando se tornam maiores de 10 mm são chamados de grandes opacidades
(aparecem nos campos superiores e médios, normalmente periféricos, e crescem centripetamente, causando
distorções importantes na anatomia das estruturas intratorácicas). A radiografia pode apresentar opacidades
irregulares. A fibrose maciça progressiva é diagnosticada quando a opacidade excede a 1 cm de diâmetro,
em ponto de corte arbitrário. A síndrome de Caplan causa lesões radiológicas distintas. Num fundo de
pequenas opacidades, notam-se nódulos redondos maiores, periféricos e às vezes escavados, cuja histologia
é semelhante a um nódulo reumatóide;

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ALTA RESOLUÇÃO:
não apresenta resultados superiores aos raios X simples no diagnóstico
de fases precoces da doença;

FUNÇÃO PULMONAR:
estudos longitudinais revelam declínio anormal na função pulmonar de trabalhadores acometidos.
Pode-se observar diminuição da capacidade vital e, com a progressão, aumento do volume residual. Deve
ser feito em mineiros e ex-mineiros. Pode ser utilizado para estabelecimento do grau de incapacidade
funcional;

DIFUSÃO DE CO:
pode revelar redução da capacidade de difusão em casos mais avançados ou quando há enfisema
associado;

PROVAS DE ATIVIDADE REUMÁTICA:
para diagnóstico de síndrome de Caplan.


Tuesday, November 17, 2015

Pneumoconiose - Epidemiologia e Fatores de risco

Pneumoconiose - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A principal fonte de exposição é a extração de carvão mineral. A quantidade de poeira respirável varia com
o tipo de carvão, sendo menor no betuminoso quando comparado ao antracitoso. Nas minas brasileiras em Santa
Catarina e no Rio Grande do Sul, há uma alta concentração de sílica devida ao teor de contaminantes minerais
existentes na rocha. É importante não confundir carvão mineral com carvão vegetal, este raramente associado à
pneumoconiose.
A pneumoconiose dos trabalhadores do carvão deve ser considerada doença profissional, no senso estrito do
termo, ou doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho é causa necessária.


Monday, November 16, 2015

Pneumoconiose dos trabalhadores do carvão - Definição da Doença

Pneumoconiose dos trabalhadores do carvão - Definição da Doença

15.3.9 PNEUMOCONIOSE DOS TRABALHADORES DO CARVÃO CID-10 J60.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A pneumoconiose dos trabalhadores do carvão (ou dos mineiros) é uma doença profissional causada pela
inalação de poeiras de carvão mineral, caracterizada pela deposição destas poeiras nos alvéolos pulmonares e pela
reação tissular provocada por sua presença.


Sunday, November 15, 2015

Asma - Prevenção

Asma - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da asma ocupacional baseia-se nos procedimentos de vigilância dos ambientes, das condições
de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo.
O controle da exposição aos agentes etiológicos da asma ocupacional pode contribuir para a redução da incidência nos grupos ocupacionais sob
risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou a redução da exposição a níveis considerados seguros,
por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- umidificação dos processos onde haja produção de poeira;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento ambiental sistemático;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos, o
tempo de exposição e a redução de fatores de estresse presentes no trabalho;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, em bom estado de conservação, nos casos indicados,
de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletiva forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante.

A Instrução Normativa/MTb n.o 1/1994 estabelece regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde, identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
A NR 15 (Portaria/MTb n.o 12/1983), no Anexo n.o 11, estabelece os LT para algumas substâncias químicas
reconhecidas como potencialmente causadoras da asma ocupacional, no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas
semanais. Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados, periodicamente,
à luz do conhecimento e evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos,
não impedem o surgimento de danos para a saúde.

O exame médico periódico visa à identificação de sinais e de sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico cuidadoso, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados, como os questionários de
sintomas respiratórios já validados e os exames complementares adequados aos fatores de risco identificados no
ambiente. Medidas de promoção da saúde e controle do tabagismo também devem ser implementadas.


Saturday, November 14, 2015

Asma - Tratamento

Asma - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Remover o trabalhador da exposição. Recomendar a suspensão do tabagismo. O tratamento farmacológico
deve ser indicado em função da gravidade dos sintomas. Principais drogas utilizadas:
CORTICOSTERÓ
IDES: potentes antiinflamatórios, redutores da hiper-reatividade brônquica. A via inalatória é preferida para
o tratamento de manutenção e profilaxia pelo mínimo de efeitos colaterais. Nas crises agudas, utilizar o
tratamento via oral;

BRONCODILATADORES:
a via inalatória é a preferencial;

CROMOGLICATO DISSÓDICO:
antiinflamatório não-esteróide, administrado por via inalatória. Deve ser administrado
profilaticamente;

CETOTIFENO:
antagonista H1. Inibe a reação imediata na asma induzida por alérgeno. Melhores resultados com crianças
e adultos jovens atópicos;

BROMETO DE IPRATRÓPIO:
broncodilatador;

METILXANTINAS:
broncodilatador utilizado quando houver falha dos corticóides e β agonistas inalados.

A asma apresenta um problema difícil para a avaliação da deficiência ou disfunção, posto que os resultados de
estudos de função pulmonar podem ser normais ou próximos ao normal, no intervalo entre as crises. Apesar da natureza
intermitente da doença, há casos de disfunção estabelecida a despeito do tratamento eficiente.
Após o diagnóstico de asma ocupacional, o trabalhador deve ser imediatamente afastado da exposição
suspeita, lembrando que se o mecanismo desencadeador for imunológico, mesmo diminutas concentrações do agente
podem gerar sintomas. Caso a recolocação seja possível, o trabalhador deve retornar ao trabalho com monitoramento
clínico. Caso a recolocação não seja possível, deverá ser definitivamente afastado do agente que gerou o quadro.
Eventualmente, quando o mecanismo for irritativo, dose-dependente e medidas corretas de proteção respiratória podem
auxiliar no retorno à atividade.
A freqüência das crises também deverá ser levada em conta na avaliação da natureza e do grau de disfunção
ou deficiência eventualmente produzidos pela asma.


Friday, November 13, 2015

Asma - Quadro clínico e diagnóstico

Asma - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sintomas mais característicos são: dispnéia, tosse, sibilância, respiração curta, opressão torácica,
produção de secreção em pequena quantidade. Deve-se pensar na etiologia ocupacional em todos os casos que se
iniciam na idade adulta.
O diagnóstico de asma ocupacional inclui o diagnóstico de asma e a relação entre asma e trabalho. A
história ocupacional revela relação entre a exposição e os sintomas. O broncoespasmo pode ser imediato, ao final da
jornada ou noturno. A presença ou a ausência de sintomas durante os fins de semana, férias e fora da jornada de
trabalho são significativas para se obter o diagnóstico. Entretanto, muitos pacientes apresentam componente inflamatório,
que leva semanas para regredir, sendo que outros podem nunca mais deixar de ser asmáticos. Isso deve ser considerado
na exploração diagnóstica. Vale lembrar que a maioria dos casos de asma ocupacional permanece sintomático mesmo
após a correta intervenção ocupacional.
Exames complementares:

RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
exclui outras patologias e diagnostica infecções concomitantes;

ESPIROMETRIA:
auxilia no diagnóstico de asma e deve ser feita inicialmente em todos os pacientes com suspeita da
doença. Há diminuição do VEF1. Pode ser feita no local de trabalho para medições seriadas de curta
duração, porém não é prático;

RADIOGRAFIA DOS SEIOS DA FACE:
para afastar sinusite;

CURVA DE PEAK FLOW:
é o melhor método para estabelecimento do nexo causal. Deve ser feito pelo trabalhador durante
o trabalho e fora dele. Se possível, avaliar por duas semanas no trabalho e por mais duas semanas fora
dele. Algumas vezes, esse tempo de afastamento será insuficiente para obter uma melhora na curva. A
fidelidade do registro dos valores anotados pelo paciente é criticável, visto que é passível de incorreções e
manipulações. Outros fatores que interferem são: o uso esporádico de medicações, como corticosteróides,
broncodilatadores e aqueles sujeitos a exposições intermitentes. Essas variáveis devem ser consideradas
na interpretação dos resultados;

TESTES DE PROVOCAÇÃO BRÔNQUICA:
podem ser feitos com agentes inespecíficos ou com agentes suspeitos, estes últimos
de difícil padronização. Devem ser feitos em ambiente hospitalar, com rápido acesso a medidas de
ressuscitação. Normalmente, são restritos a instituições de pesquisa;

TESTES CUTÂNEOS:
ajudam a identificar o indivíduo atópico, contribuindo na investigação. Podem ser feitos com baterias-
padrão ou com agentes específicos. Indicam que houve sensibilização, mas não são prova definitiva da
etiologia da asma ocupacional.


Thursday, November 12, 2015

Asma - Epidemiologia e Fatores de risco

Asma - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
No Reino Unido, a asma ocupacional corresponde a 26% de todas as doenças profissionais respiratórias.
No Japão, estima-se que 15% de todos os adultos asmáticos têm asma ocupacional. A prevalência de asma ocupacional
varia na dependência do agente. Foram descritas prevalências de 50 a 60% em trabalhadores expostos a enzimas
proteolíticas e 4% em trabalhadores expostos ao cedro vermelho. Variações na prevalência decorrem das propriedades
reativas inerentes a cada composto, assim como nas situações específicas de exposição que incluem propriedades
físicas e químicas dos agentes e reação do hospedeiro.
Considera-se que o aumento da ocorrência de asma ocupacional estaria relacionado com o aumento de
novos produtos químicos na indústria, simultaneamente ao avanço nos métodos diagnósticos. O número de substâncias
causadoras da asma ultrapassava 200 no início dos anos 80 e agora estima-se em mais de 300.
Os principais agentes etiológicos da asma ocupacional estão listados a seguir e, praticamente, são os
mesmos listados na rinite alérgica:
- carbonetos metálicos de tungstênio sinterizados;
- cloro gasoso;
- cromo e seus compostos tóxicos: os principais problemas são as névoas de ácido crômico provenientes
de banhos de cromeação. O líquido (solução aquosa de ácido crômico), quando submetido a processo
eletroquímico, forma gases em seu interior e estes borbulham gerando gotículas no ar que carregam o
ácido em solução, sendo muito agressivo para as mucosas. Os sais de cromo são usados como
pigmentos de tintas e o seu manuseio a seco, na preparação desses produtos (secagem, ensacamento,
pesagem, adição às soluções, etc.), são fontes de exposição importantes a esses compostos;
- poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal (principalmente na fiação e tecelagem);
- acrilatos;
- aldeído fórmico e seus polímeros: o aldeído fórmico ou formol é volátil e usado na conservação de
tecidos, nos laboratórios de anatomia, como matéria-prima em alguns processos na indústria química,
podendo ainda ser proveniente de reação de polimerização de algumas resinas sintéticas, como, por
exemplo, no Sinteko;
- aminas aromáticas e seus derivados: corantes (Azo-dyes) usados em alimentos, remédios e tecidos.
Quando manuseados na forma seca (gerando pó no ambiente) na embalagem e na pesagem, por
exemplo, podem desencadear rinite;
- anidrido ftálico;
- azodicarbonamida: utilizada na fabricação de artefatos de borracha para torná-la mais macia (sandálias,
por exemplo);
- carbonetos de metais duros: cobalto e titânio;
- enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana;
- furfural e álcool furfurílico;
- isocianatos orgânicos;
- névoas e aerossóis de ácidos minerais (ácido sulfúrico, nitroso);
- níquel e seus compostos;
- pentóxido de vanádio: o V2O5
é usado como catalisador na fabricação de ácido sulfúrico e no
craqueamento de petróleo nas refinarias.
O V2O5 e outros compostos de vanádio são encontrados no
petróleo, havendo exposição importante para os trabalhadores que fazem a limpeza dos resíduos
sólidos dos tanques de armazenagem de petróleo ou alguns dos seus derivados;
- produtos da pirólise de plásticos, cloreto de vinila e teflon: são provenientes da termodegradação de
polímeros e encontrados nos fumos emanados do aquecimento de plásticos para fabricação de artefatos,
como, por exemplo, no derretimento de plásticos para selagem de embalagem de carnes, verduras,
pacotes de livros, etc.;
- sulfitos, bissulfitos e persulfatos;
- medicamentos: macrolídeos; ranitidina; penicilina e seus sais; cefalosporinas;
- proteínas animais em aerossóis;
- outras substâncias de origem vegetal (cereais, farinhas, serragem, etc.);
- outras substâncias químicas sensibilizantes das vias respiratórias.

A asma ocupacional pode ocorrer em trabalhadores portadores de asma, expostos em seu ambiente de
trabalho a outros alérgenos desencadeadores do quadro. Nesse caso, a asma seria uma doença relacionada ao trabalho,
do Grupo III da Classificação de Schilling. Outra possibilidade é a manifestação de asma sem história prévia da doença.
O trabalhador estará sensibilizado primariamente por agentes patogênicos presentes no ambiente de trabalho, o que
enquadraria a asma no Grupo I da Classificação de Schilling. Ambos os quadros devem ser considerados equivalentes.


Wednesday, November 11, 2015

Tipos de Asma

Tipos de Asma

BRONCOCONSTRIÇÃO REFLEXA:
ação direta de partículas sobre a parede brônquica. Ocorre em indivíduos com hiper-
reatividade brônquica ou com asma prévia;

BRONCOCONSTRIÇÃO INFLAMATÓRIA:
exposição a irritantes presentes no ambiente de trabalho levaria a inflamação das vias
aéreas, acompanhada de hiper-reatividade brônquica. Há controvérsia em relação à esses casos, que
seriam considerados síndrome de disfunção reativa das vias aéreas;

BRONCOCONSTRIÇÃO FARMACOLÓGICA:
alguns agentes atuariam como agonistas farmacológicos. Exemplos: organofosforados,
por inibição da acetilcolinesterase;

BRONCOCONSTRIÇÃO IMUNOLÓGICA:
é o tipo mais comum, mediado por IgE e, ocasionalmente, por IgG ou por imunidade
celular. O alérgeno liga-se à IgE, que, em contato com mastócitos e basófilos, libera mediadores inflamatórios
(histamina, prostaglandina, leucotrienos) e quimiotáxicos responsáveis por broncoconstrição ou desencadeia
reações mediadas por IgG ou por linfócitos.

Tuesday, November 10, 2015

Asma - Definição da Doença

Asma - Definição da Doença

15.3.8 ASMA CID-10 J45.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Asma é uma doença crônica das vias aéreas, caracterizada por:
- obstrução do fluxo aéreo reversível (a reversibilidade não é completa em alguns pacientes)
espontaneamente ou com tratamento;
- inflamação na qual muitas células têm um papel importante, em particular mastócitos e eosinófilos;
- aumento da reatividade das vias aéreas a uma variedade de estímulos – hiper-responsividade
brônquica (HRB);
- episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e, pela
manhã, ao acordar.
Na definição de asma, devem ser destacados alguns aspectos considerados essenciais:
- asma, seja qual for sua gravidade, é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, o que tem
implicações para a sua prevenção, diagnóstico e manejo;
- a inflamação associa-se a mudanças na hiper-responsividade das vias aéreas, limitação ao fluxo aéreo,
sintomas respiratórios e cronicidade da doença;
- a limitação do fluxo aéreo deve-se à broncoconstrição aguda, edema, formação de tampões de muco
e remodelamento;
- a atopia, predisposição genética para o desenvolvimento de resposta mediada por IgE a aeroalérgenos
comuns, é o fator predisponente identificável mais forte para o desenvolvimento de asma (II Consenso
Brasileiro no Manejo da Asma, 1998).
Asma ocupacional é a obstrução variável das vias aéreas, induzida por agentes inaláveis, particulares a um
dado ambiente de trabalho, na forma de gases, vapores ou fumos (II Consenso Brasileiro no Manejo da Asma, 1998).
Pode ser classificada em duas categorias: asma ocupacional propriamente dita, caracterizada por limitação variável do
fluxo de ar e/ou hiper-responsividade brônquica, desencadeadas no local de trabalho e não por estímulos externos, e
asma agravada pelo trabalho, que ocorre em indivíduos previamente asmáticos, que é agravada por irritantes e/ou
sensibilizantes presentes no local de trabalho.
A asma ocupacional pode ocorrer em indivíduos com asma preexistente ou asma concorrente, após
exposição ocupacional. Os mecanismos descritos na asma ocupacional são:

Monday, November 9, 2015

Bronquite asmática e crônica - Prevenção

Bronquite asmática e crônica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das doenças pulmonares obstrutivas crônicas relacionadas ao trabalho baseia-se nos
procedimentos de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos
na introdução deste capítulo. O controle da exposição aos agentes patogênicos relacionados com a ocorrência desses
quadros (ver item 2) pode contribuir para a redução da sua incidência nos grupos ocupacionais de risco. As medidas de
controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a essas substâncias a níveis considerados seguros,
por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.o 1/1994 estabelece regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde, identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
A NR 15 (Portaria/MTb n. o 12/1983), no Anexo n.o 11, estabelece os LT para algumas substâncias químicas
potencialmente causadoras da DPOC, no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, entre eles:
- ácido clorídrico – 4 ppm ou 5,5 mg/m3;
- anidrido sulfuroso – 4 ppm ou 10 mg/m3;
- amônia – 20 ppm ou 14 mg/m3;
- cloro – 0,8 ppm ou 2,3 mg/m3.

Os parâmetros para o monitoramento da sílica livre cristalizada são definidos no Anexo n.º 12 da NR 15.
Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados, periodicamente, à luz do
conhecimento e evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem
o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e de sintomas para a detecção precoce da doença.

Além do exame clínico completo, recomenda-se:
- utilização de instrumentos padronizados, como os questionários de sintomas respiratórios;
- exames complementares adequados, incluindo:
- radiografia de tórax (na admissão e anualmente para exposições à sílica e tri ou bienalmente,
para aerodispersóides não-fibrinogênicos), utilizando a técnica preconizada pela OIT (1980);
- espirometria, na admissão e bienalmente, realizada segundo a técnica preconizada pela
American Thoracic Society (1987).
Medidas de promoção da saúde e controle do tabagismo também devem ser implementadas.


Sunday, November 8, 2015

Bronquite asmática e crônica - Tratamento

Bronquite asmática e crônica - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Recomenda-se a interrupção do tabagismo e da exposição aos irritantes brônquicos.
O tratamento farmacológico vai depender da intensidade da limitação do fluxo aéreo que o paciente apresenta.
A utilização das drogas disponíveis será comandada pela intensidade do quadro e pelas exacerbações:

BRONCODILATADORES: (β2 adrenérgicos) para aliviar a porção reversível da obstrução das vias aéreas. A via preferencial
é a inalatória;

METILXANTINAS:
atua como broncodilatador, tem efeito inotrópico positivo sobre o coração, pode melhorar a eficiência
mecânica do diafragma e protegê-lo da fadiga, estimula o processo ventilatório hipóxico. Eficácia controversa;
BROMETO DE IPRATRÓPIO:
efeito broncodilatador pelo bloqueio parassimpático;
CORTICOSTERÓIDES:
efeito antiinflamatório e potencializador dos efeitos dos β2 adrenérgicos. A via inalatória é a preferencial,
por apresentar poucos efeitos colaterais.


Saturday, November 7, 2015

Bronquite asmática e crônica - Quadro clínico e diagnóstico

Bronquite asmática e crônica - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A história clínica revela tosse crônica, expectoração, chieira e dispnéia progressiva. Freqüentemente, os
sintomas iniciais não são percebidos e o paciente pode relacionar o seu início a uma infecção aguda. As infecções
respiratórias são recorrentes. Se o paciente é tabagista, associam-se os sintomas de enfisema, podendo apresentar
fraqueza, emagrecimento, insônia ou sonolência, distúrbios de personalidade, cefaléia matinal e indicativos de alterações
dos gases sangüíneos.
O exame físico é pobre na fase inicial do quadro e a ausculta pulmonar pode revelar sibilos. Podem ser
observados dispnéia progressiva e esforço respiratório com utilização de musculatura acessória, em fases avançadas.
O diagnóstico é feito, fundamentalmente, pela história clínica e os achados no exame físico indicam o estágio evolutivo
da doença. Na história ocupacional, deve ser pesquisada a exposição aos agentes etiológicos mencionados adiante.
Os exames complementares podem mostrar os seguintes achados:

RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
contribui para excluir outras patologias.
Revela espessamento da parede peribrônquica, que é
uma imagem de visualização discutível;

ESPIROMETRIA: diminuição desproporcional do VEF1
em relação à CVF;

CAPACIDADE DE DIFUSÃO DE CO2: habitualmente normal na bronquite crônica.
Quando diminuída, sugere associação com enfisema pulmonar.


Friday, November 6, 2015

Bronquite asmática e crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

Bronquite asmática e crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A principal causa de bronquite crônica é o tabagismo, o qual se estima ser responsável por 80 a 90% dos
casos. A poluição atmosférica em áreas urbanas com alta densidade industrial tem sido apontada como causa da
doença, cuja prevalência na população geral tem sido estimada em torno de 5%. Inquéritos domiciliares mostram taxas
de prevalência de cerca de 15% em homens e 8% em mulheres.
Vários estudos clínicos e epidemiológicos evidenciam que a exposição ocupacional a poeiras de carvão
mineral e a poeiras de sílica, entre outros agentes patogênicos ocupacionais, pode levar a um aumento da prevalência
da bronquite crônica em trabalhadores expostos. O tabagismo parece atuar de forma aditiva (e não-sinérgica) no
desenvolvimento da doença. Outros agentes patogênicos relacionados com a produção de bronquite crônica em
trabalhadores ocupacionalmente expostos são cloro gasoso; poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal; amônia;
anidrido sulfuroso; névoas e aerossóis de ácidos minerais
(ver comentários sobre irritantes primários no item sinusites).

Alguns estudos epidemiológicos têm tentado estimar o risco atribuível à ocupação, excluindo outros fatores de
risco competitivos ou variáveis de confusão, como o tabagismo. Contudo, em casos individuais, esse exercício é impossível,
principalmente na perspectiva médico-legal. Deve predominar o conceito de fator de risco contributivo, adicional, suficiente
para caracterizar a relação de causalidade. Como em outras doenças do Grupo II de Schilling, o nexo da bronquite crônica
com o trabalho será epidemiológico, de natureza probabilística, principalmente quando as informações sobre as condições
e os ambientes de trabalho, adequadamente investigadas, forem consistentes com as evidências epidemiológicas disponí-
veis.


Thursday, November 5, 2015

Bronquite asmática e crônica - Definição da Doença

Bronquite asmática e crônica - Definição da Doença

15.3.7 OUTRAS DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS CRÔNICAS
(INCLUI ASMA OBSTRUTIVA, BRONQUITE CRÔNICA, BRONQUITE ASMÁTICA,
BRONQUITE OBSTRUTIVA CRÔNICA) CID-10 J44.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A bronquite crônica é definida pela presença de tosse crônica matinal com produção de escarro brônquico
matinal, persistente por pelo menos três meses no ano, durante pelo menos dois anos consecutivos, em indivíduos nos
quais outras causas de tosse crônica foram excluídas (tuberculose, câncer pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva).
O termo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) refere-se ao grupo de doenças respiratórias crônicas
caracterizadas por limitação crônica ao fluxo aéreo e, eventualmente, com produção de escarro, dispnéia e
broncoespasmo. O termo DPOC é freqüentemente utilizado de uma forma mais flexível para referir-se a pacientes com
enfisema e bronquite crônica. O tabagismo é uma causa freqüente, comumente associada e difícil de ser distinguida.
Pode levar tanto ao enfisema quanto à bronquite, apresentando substratos anatômicos distintos. Habitualmente estão
presentes no mesmo paciente, podendo predominar sintomas de uma ou outra. O enfisema não será objeto de discussão
deste capítulo.
A exposição longa e continuada a irritantes da árvore respiratória leva ao aumento das glândulas mucosas,
à hipertrofia das fibras musculares e à inflamação da parede brônquica, podendo levar a uma diminuição do fluxo
aéreo. No bronquítico, coexistem atividade ciliar reduzida e hipersecreção das glândulas mucosas, aumentando a
possibilidade de infecções pulmonares.


Wednesday, November 4, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Prevenção

Ulceração ou necrose do septo nasal - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da ulceração e da necrose do septo nasal relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos
de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. O controle da exposição ao arsênio, cádmio, cromo e seus respectivos compostos e a névoas ácidas de
ácido cianídrico e seus derivados pode contribuir para a redução da incidência da doença nos grupos ocupacionais sob
risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a níveis considerados seguros,
por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, em bom estado de conservação, nos casos indicados,
de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde, identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
A NR 15 (Portaria/MTb n.o 12/1983), no Anexo n.o 11, estabelece os LT para algumas substâncias químicas
reconhecidas como causadoras de ulceração e necrose do septo nasal, no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas
semanais, entre elas:
- ácido crômico (névoa) – 0,04 mg/m3;
- ácido cianídrico – 8 ppm ou 9 mg/m3.

Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do
conhecimento e evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem
o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e de sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, no qual deve ser dada atenção especial aos olhos, narinas, boca e aparelho respiratório,
recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados, como os questionários de sintomas respiratórios e os exames
complementares adequados aos fatores de risco identificados no ambiente. O IBMP definido na NR 7 para o arsênio
na urina é de 50 µg/g de creatinina; para o cádmio na urina é de 5 µg/g de creatinina e para o cromo hexavalente na
urina é de 30 µg/g de creatinina. Medidas de promoção da saúde e controle do tabagismo também devem ser
implementadas.





Tuesday, November 3, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Tratamento

Ulceração ou necrose do septo nasal - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento deve ser feito por especialista, otorrinolaringologista ou em serviço de referência de
saúde do trabalhador. Nos casos de perfuração nasal, pode-se tentar o fechamento do orifício com botão de
silicone. Não havendo sucesso, o tratamento é cirúrgico (septoplastia), que, com freqüência, pode recidivar e
agravar o quadro primitivo. O afastamento da atividade é recomendado até que as medidas de controle ambientais
sejam tomadas.

Para o tratamento da perfuração de septo nasal devida ao cromo, ver o item tratamento do protocolo Úlcera
crônica da pele (17.3.15), no capítulo 17.
A avaliação médica da deficiência e da incapacidade decorrentes da ulceração ou necrose ou perfuração
do septo nasal é difícil. Podem ser valorizados, isoladamente ou combinados, os transtornos do olfato, respiratórios, as
lesões mutilantes com perda de substância e a rinorréia. O desenvolvimento de parosmias (odores anormais) ou de
anosmia residual pós-tratamento pode limitar o trabalhador, tanto em seus mecanismos de defesa (odor de substâncias
químicas tóxicas ou perigosas) quanto na capacidade de trabalho, dependendo de sua atividade profissional. Eventuais
danos estéticos poderão ser valorizados na perspectiva da medicina, do seguro e da reparação legal. A perfuração de
septo nasal tem sido considerada por alguns profissionais como apenas um estigma profissional e não doença. Esse é
um procedimento ética e tecnicamente equivocado.
Em trabalhadores de galvanoplastias, o quadro deve chamar a atenção para a possibilidade de efeitos da
exposição ocupacional ao cromo, conhecido cancerígeno, sobre diversos órgãos.


Monday, November 2, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Quadro clínico e diagnóstico

Ulceração ou necrose do septo nasal - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A ulceração do septo nasal é uma fase evolutiva da ação dos agentes irritantes sobre a mucosa nasal.
Precede a perfuração e ocorre na cartilagem do septo nasal, devida, principalmente, aos seguintes fatores:
- vascularização deficiente da mucosa que reveste a cartilagem do septo;
- suscetibilidade individual;
- higiene pessoal precária;
- presença de aerodispersóides irritando a mucosa;
- concentração do agente patogênico em níveis excessivos.

O cromo, além da ação irritante para as vias aéreas superiores, pode ser sensibilizante. O tempo de
exposição é um dos fatores responsáveis pelo aparecimento da perfuração. A maioria dos casos ocorre com três anos
de exposição, mas já foram descritos tempos tão curtos, como três meses, refletindo níveis de exposição excessivamente
elevados e alta suscetibilidade a esse efeito tóxico.

A ulceração manifesta-se com rinorréia e epistaxes, podendo ser confundida com resfriado. Ao exame
rinoscópico, a ulceração aparece revestida por crosta hemática ou sero hemorrágica. O paciente/trabalhador pode
desconhecer que tem o quadro, sendo um achado ocasional ao exame físico. Quando ocorre a perfuração, pode
aparecer dificuldade para pronunciar as palavras, produzindo um som do tipo assobio pelo nariz. O aumento do orifício
faz desaparecer esse assobio. Geralmente não há dor.
A caracterização da perfuração é essencialmente clínica e rinoscópica. A perfuração costuma ser regular,
arredondada e coberta de muco ou crosta de sangue. O achado pode ser simultâneo com ulcerações crônicas que podem
ser consideradas outras manifestações da mesma história natural. As lesões podem estender-se até a junção do septo
com o etmóide e, posteriormente, com o vomer. De um modo geral, não ocorre comprometimento das partes ósseas.
O diagnóstico é feito com base na história clínica e ocupacional e no exame físico, incluindo rinoscopia
direta. O diagnóstico diferencial deve ser feito com inalação de drogas e, em regiões endêmicas, com a leishmaniose
e a hanseníase.


Sunday, November 1, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Epidemiologia e Fatores de risco

Ulceração ou necrose do septo nasal - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A ulceração e a perfuração de septo nasal, de origem ocupacional, tem sido descrita em trabalhadores
expostos aos seguintes agentes patogênicos:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- cádmio ou seus compostos;
- cromo e seus compostos tóxicos – o cromo na forma hexavalente
(o íon cromo na valência 6), o Cr 6+,
também chamado de Cr VI, sofre um processo de oxirredução nos tecidos, sendo reduzido a cromo
trivalente (Cr 3+ ou Cr III, que não é agressivo).
A redução de 6 para 3 causa a oxidação das
macromoléculas, levando a uma intensa destruição tissular. Assim, somente os compostos de Cr VI
causam a ulceração, a necrose e outros efeitos. O cromo contido nas névoas ácidas, produzidas no
processo de cromeação nas galvanoplastias, está em forma hexavalente, produzindo ulcerações nos
expostos. Poeiras de sais de Cr VI são, também, agressivas;
- névoas de ácido cianídrico e seus derivados.
O diagnóstico dessas lesões em trabalhadores expostos, excluídas outras causas não-ocupacionais, deve
ser enquadrado no Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária. Na ausência
de exposição é improvável que o trabalhador desenvolva a doença.