Tuesday, March 31, 2015

Transtornos do plexo braquial - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos do plexo braquial - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico, entre as manifestações neurológicas, destacam-se:
- dores irradiadas da coluna cervical por todo o membro superior;
- dor e hiperestesia de caráter migratório;
- alterações de sensibilidade em bordo interno de braço, antebraço e em território de nervo ulnar na mão
(4.º e 5.º dedos), que geralmente acontecem à noite;
- entre os sintomas vasculares podem ser relatados edema, claudicação aos esforços, sensação de frio
na mão, que parecem acometer mais o lado radial e os dedos polegar e indicador.
Ao exame, o quadro pode ser reproduzido por manobras de abdução e rotação externa de braço. Em geral,
durante as manobras há desaparecimento do pulso radial, que, isoladamente, não significa positividade para a presença
de compressão. A compressão costoclavicular também pode reproduzir os sintomas.
Devem também ser consideradas:
- possibilidades de variações anatômicas, como as presenças de costela cervical ou de aumento de
tamanho de processo transverso de C7, que podem ser esclarecidas com radiografia simples de coluna
cervical;
- radiografia de tórax que ajuda a afastar a hipótese de tumor de Pancoast; radiografias dos ombros
podem afastar quadros de manguito rotatório;
- tomografia computadorizada e ressonância magnética, que pouco contribuem para a confirmação
diagnóstica, embora possam auxiliar na exploração de hipóteses diferenciais;
- pletismografia digital, que, quando solicitada para explorar lesões vasculares distais, tem sido
responsabilizada por mostrar grande proporção de falsos-positivos e falsos-negativos;
- arteriografia (Doppler dinâmico), que tem sido recomendada como um exame capaz de confirmar a existência
de compressão vascular.

Entre os exames complementares destaca-se a avaliação eletrofisiológica pela eletroneuromiografia. Caso
a compressão do tronco inferior esteja presente, aparecerão na avaliação eletromiográfica sinais de degeneração
axonal aguda e crônica dos músculos pertencentes ao miótomo de C8-T1.
A presença de costela cervical com banda fibrocartilaginosa comprimindo o tronco inferior é imperativo
para a caracterização da verdadeira plexopatia braquial compressiva. Qualquer outra queixa de dor na região cervico-
braquial deve ser vista com critério. Somente os casos caracterizados pela compressão do feixe vásculo-nervoso
devem ser considerados.


Monday, March 30, 2015

Transtornos do plexo braquial - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtornos do plexo braquial - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A literatura registra taxas de prevalência variadas, de 0,3% entre trabalhadores da indústria a 44% em
mulheres trabalhadoras de linhas de montagem (Kuorinka & Forcier, 1995). Entre os fatores causais está o trabalho em
posição forçada com elevação e abdução dos braços acima da altura dos ombros empregando força, flexão e/ou
hiperextensão de ombros, compressão sobre o ombro ou do ombro contra algum objeto e flexão lateral do pescoço.
Os transtornos do plexo braquial podem ser classificados como doenças relacionadas ao trabalho, do
Grupo II da Classificação de Schilling, nas quais o trabalho deve ser considerado como fator de risco, no conjunto de
fatores de risco associados com a etiologia multicausal desses transtornos, particularmente em trabalhadores que
exercem atividades em posições forçadas e/ou com gestos repetitivos.


Sunday, March 29, 2015

Transtornos do plexo braquial - Definição da Doença

Transtornos do plexo braquial - Definição da Doença

11.3.8 TRANSTORNOS DO PLEXO BRAQUIAL
(SÍNDROME DA SAÍDA DO TÓRAX, SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO) CID-10 G54.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Disfunção caracterizada pela compressão do feixe neurovascular – plexo braquial, artéria e veia subclávia –
na sua passagem pela região cervical, no desfiladeiro torácico, considerada como integrante do grupo LER/DORT.


Saturday, March 28, 2015

Transtornos do nervo olfatório - Prevenção

Transtornos do nervo olfatório - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos transtornos do nervo olfatório relacionados ao trabalho baseia-se na vigilância dos
ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste
capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência da doença, entre eles cádmio, sulfeto de hidrogênio, poeira de
cimento, ácido sulfúrico, formaldeído, acrilatos, solventes, como tricloroetileno, benzeno, etilacetato, dissulfeto de carbono,
tolueno, chumbo, cromo, níquel e radiações ionizantes, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos
estados e municípios. O Anexo n.º 11 da NR 15 define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias
químicas para jornadas de até 48 horas semanais, entre elas:
- gás sulfídrico: 8 ppm ou 12 mg/m3;
- tricloroetileno: 78 ppm ou 420 mg/m3;
- formaldeído: 1,6 ppm ou 2,3 mg/m3;
- tolueno: 78 ppm ou 290 mg/m3;
- chumbo: 0,1 mg/m3.

Esses parâmetros devem ser revisados periodicamente, e sua manutenção dentro dos limites estabelecidos não exclui
a possibilidade de ocorrerem danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado
e exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- análises toxicológicas:
- em trabalhadores expostos ao cádmio, a dosagem do metal na urina – VR de até 2 µg/g de
creatinina e IBMP de 5 µg/g de creatinina. Também pode ser dosado o cádmio no sangue;
- em expostos ao cromo hexavalente – VR na urina de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 30
µg/g de creatinina;
- em expostos ao tricloroetileno, dosagem de triclorocompostos na urina – IBMP de 300 µg/g
de creatinina;
- em expostos ao chumbo:
- concentração de chumbo no sangue (Pb-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/
100 ml. A ACGIH recomenda como índice biológico de exposição 30 µg/100 ml;
- concentração de ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U) – VR de até 4,5 mg/g de
creatinina e IBMP de até 10 mg/g de creatinina;
- concentração de zincoprotoporfirina no sangue (ZPP-S) – VR de até 40 µg/100 ml e
IBMP de 100 µg/100 ml.

A dosagem de chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas antecedentes à coleta da amostra ou à
mobilização de depósitos ósseos.
Os procedimentos para a vigilância em saúde de trabalhadores expostos ao benzeno estão descritos no
protocolo Anemia aplástica devida a outros agentes externos (8.3.4), no capítulo 8.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação
ou controle dos fatores de risco.


Friday, March 27, 2015

Transtornos do nervo olfatório - Tratamento

Transtornos do nervo olfatório - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não existe tratamento específico, e o afastamento da exposição é o procedimentro mais importante. Os
testes padronizados para avaliação do nervo olfatório, utilizados para fins de diagnóstico, podem ser empregados no
acompanhamento do caso.
É relativamente difícil estabelecer critérios para avaliar e estadiar a deficiência produzida pela doença. O
desenvolvimento de parosmias (odores anormais) ou de anosmia residual pós-tratamento poderá provocar impactos
importantes sobre o trabalhador, tanto em seus mecanismos de defesa (odor de substâncias químicas tóxicas ou
perigosas) como, eventualmente, sobre sua capacidade de trabalho, dependendo de sua atividade profissional.


Thursday, March 26, 2015

Transtornos do nervo olfatório - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos do nervo olfatório - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O diagnóstico baseia-se na história clínica, ocupacional e exame neurológico, que pode ser complementado
por testes padronizados que utilizam uma bateria de substâncias com distintos odores.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com uma variedade de quadros clínicos nos quais se apresenta a
perda do olfato, como aqueles mencionados anteriormente.


Wednesday, March 25, 2015

Transtornos do nervo olfatório - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtornos do nervo olfatório - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Não estão disponíveis dados sobre a freqüência dos transtornos olfatórios na população. Em alguns grupos
ocupacionais, os indivíduos expostos a irritantes apresentam problemas numa proporção mais de 15 vezes maior do
que nos não-expostos. As substâncias químicas tóxicas mais comumente referidas são:
- cádmio;
- sulfeto de hidrogênio (H2S);
- poeira de cimento;
- ácido sulfúrico;
- formaldeído;
- acrilatos;
- solventes, como tricloroetileno, benzeno, etilacetato, dissulfeto de carbono, tolueno;
- chumbo;
- cromo;
- níquel;
- radiações ionizantes.
O cádmio, além de outros metais, está presente em processos metalúrgicos, cerâmicas, fundição e fabricação
de ligas metálicas, em operações de solda e cortes de tubulações, na composição de tintas e pigmentos.
Os derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos são utilizados como matéria-prima ou produtos
finais em indústrias químicas, como solventes, na limpeza de peças e componentes, na indústria eletroeletrônica,
como solventes em vernizes, tintas, adesivos, na indústria da construção ou como desengraxantes em limpeza a seco
de roupas e similares.
As drogas com grupos sulfidrilos, incluindo os inibidores da acetilcolinesterase, a penicilamina, as
antineoplásicas e anti-reumáticas são causas comuns do problema, assim como o uso continuado de descongestionante
nasal em spray.
Em trabalhadores expostos a produtos químicos neurotóxicos, a anosmia, com as características acima
descritas, excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser considerada como doença relacionada ao trabalho, do
Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.


Tuesday, March 24, 2015

Transtornos do nervo olfatório - Definição da Doença

Transtornos do nervo olfatório - Definição da Doença

11.3.7 TRANSTORNOS DO NERVO OLFATÓRIO (INCLUI ANOSMIA) CID-10 G52.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os transtornos do nervo olfatório caracterizam-se por queixas de alterações ou perversão, redução ou
mesmo ausência do olfato. Anosmia ou perda da acuidade olfatória é um achado relativamente comum que resulta da
desmielinização das fibras do nervo olfatório. Problemas neurológicos que afetam o cérebro ou os nervos cranianos
podem levar a alterações sensoriais do olfato.


Monday, March 23, 2015

Transtornos do nervo trigêmeo - Prevenção

Transtornos do nervo trigêmeo - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos transtornos do nervo trigêmeo relacionados ao trabalho baseia-se na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste
capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, entre eles o tricloroetileno e outros derivados
halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR
7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e
municípios. O Anexo n.º 11 da NR 15 define os limites de tolerância das concentrações em ar ambiente de várias substâncias
químicas para jornadas de até 48 horas semanais, entre elas:
- para exposições ao tricloroetileno: 78 ppm ou 420 mg/m3.
Esses parâmetros devem ser revisados periodicamente, e sua manutenção dentro dos limites estabelecidos não exclui
a possibilidade de ocorrerem danos à saúde.

O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado
e exame físico criterioso. A avaliação do reflexo de piscamento (avaliação neurofisiológica das vias
aferentes e eferentes do reflexo de piscar) deve ser de rotina. Sua alteração pode preceder às queixas
clínicas. A melhora clínica ocorre da periferia da face para a região central;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- análises toxicológicas:
- em trabalhadores expostos ao tricloroetileno: dosagem de ácido tricloroacético na urina –
IBMP de 300 µg/g de creatinina.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Sunday, March 22, 2015

Transtornos do nervo trigêmeo - Tratamento

Transtornos do nervo trigêmeo - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não há tratamento específico para o quadro. O afastamento da atividade de risco deverá ser imediato aos
primeiros sinais de parestesia nas regiões nasal e perioral, observando-se que o quadro evolui da região central da
face para a periferia.


Saturday, March 21, 2015

Transtornos do nervo trigêmeo - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos do nervo trigêmeo - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Várias entidades clínicas podem causar neuropatia trigeminal, que se manifesta por déficit sensorial, motor
ou misto. Doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla e tumorais, como o Schwanoma do trigêmeo, são
exemplos de afecções que podem apresentar esta sintomatologia.
Na intoxicação aguda pelo tricloroetileno, sobressaem seus efeitos narcóticos sobre o Sistema Nervoso
Central (SNC) e a arritmia cardíaca (ver protocolo Arritmia cardíaca). Na exposição crônica aparecem os efeitos sobre
o SNC, como narcose e diminuição da atenção, sobre o coração, produzindo arritmias cardíacas, transtornos da
função hepática e renal, irritação de pele e mucosas e quadros de neuropatias tóxicas, destacando-se a neurite do
trigêmeo por tricloroetileno. Nesses casos, a intoxicação mais importante pode acompanhar-se de neuropatia motora
do trigêmeo, disfagia, disfonia e diplegia facial (comprometimento de múltiplos nervos cranianos).
O diagnóstico baseia-se em:
- história clínica;
- história de exposição aos derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos;
- quadro de neuropatia trigeminal (como descrita acima) até meses após a exposição ao agente e sinais
sistêmicos de intoxicação para derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos (transtornos do
SNC, hepáticos e renais);
- exame neurológico com achados sugestivos.
Os exames laboratoriais podem revelar a presença de ácido tricloroacético (metabólito do tricloroetileno)
na urina (o IBMP, segundo a NR 7, é de 300 µg/g de creatinina), que é utilizada para controle da exposição ocupacional
ao tricloroetileno.


Friday, March 20, 2015

Transtornos do nervo trigêmeo - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtornos do nervo trigêmeo - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A intoxicação ou a exposição crônica aos derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos,
particularmente o tricloroetileno, são importantes causas tóxicas e ocupacionais de neuropatia do nervo trigêmeo.
O tricloroetileno e outros derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos são utilizados como matéria-
prima ou produtos finais em indústrias químicas, como solventes, na limpeza de peças e componentes, na indústria
eletroeletrônica, como solventes em vernizes, tintas, adesivos, na indústria da construção ou como desengraxantes
em limpeza a seco de roupas e similares.
Em trabalhadores expostos a substâncias químicas neurotóxicas, entre elas o tricloroetileno, os transtornos
do nervo trigêmeo, com as características acima descritas e excluídas outras causas não-ocupacionais, devem ser
considerados como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui
causa necessária.


Thursday, March 19, 2015

Transtornos do nervo trigêmeo - Definição da Doença

Transtornos do nervo trigêmeo - Definição da Doença

11.3.6 TRANSTORNOS DO NERVO TRIGÊMEO CID-10 G50.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Síndrome clínica de perda sensorial com analgesia e/ou anestesia no território inervado pelo V par craniano,
que se caracteriza por perda da sensibilidade cutânea da face, geralmente bilateral, acompanhada de parestesias com
formigamento, queimação e prurido leve. A anestesia facial pode ocasionar ferimentos em volta das narinas por
traumatismos repetidos. O déficit motor do nervo trigêmeo não tem sido observado. Os casos de comprometimento
das fibras motoras manifestam-se pela fraqueza dos músculos mastigatórios.


Wednesday, March 18, 2015

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Prevenção

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Prevenção

5 PREVENÇÃO
Os procedimentos de vigilância em saúde dos trabalhadores submetidos à situação de trabalho em turnos
ou noturno incluem:
- aconselhamento ou contra-indicação de trabalho noturno (fixo ou alternado) para trabalhadores com
quadros de depressão; portadores de parassonias, especialmente aqueles com insônia crônica;
epilépticos; diabéticos; portadores de doenças coronarianas e patologias gastrintestinais;
- acompanhamento médico, psicológico e social do caso. Especial monitoramento de saúde deve ser
conduzido em gestantes, hipertensos e indivíduos que apresentam sintomas de alterações gastrintestinais
e de sono;
- promoção, nas empresas e organizações onde há trabalho em turnos e noturno, de discussões sobre
a organização dos sistemas de trabalho, a fim de implementar melhorias nos esquemas de turnos. São
prioritárias as mudanças organizacionais para redução do número de turnos noturnos e/ou do número
de dias de trabalho em horários irregulares e o número de pessoas expostas aos conflitos dos
sincronizadores biológicos e sociais;
- acionamento dos organismos de vigilância em saúde: especialmente SESMT, CIPA, MTE, DRT,
sindicatos, secretarias estaduais e municipais de saúde (programas e ambulatórios de saúde do
trabalhador), visando à ampliação de estudos, às intervenções e à normatização sobre o problema.



Tuesday, March 17, 2015

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Tratamento

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
São indicados:
- ambientes de repouso intra-jornadas que permitam aos trabalhadores em turnos a prática de cochilos
durante as pausas. Em casos graves, recomenda-se a mudança dos horários de trabalho;
- sugere-se que o trabalhador evite o consumo de substâncias com cafeína em sua composição cerca
de 6 horas antes de iniciar o período de sono;
- a prática de exercícios físicos regulares, não-exaustivos, deve ser encorajada. Entretanto, esses não
devem ser realizados em horários próximos ao início do sono;
- a ingestão de alimentos contendo altos teores de lipídios deve ser evitada, principalmente durante a
madrugada;
- o início do sono diurno após o trabalho noturno deve ser, na medida do possível, postergado;
- quanto menor for o número de horas entre o fim do sono e o início do trabalho, menor será a sonolência
durante o trabalho noturno;
- o uso de medicamentos indutores de sono não é recomendado.


Monday, March 16, 2015

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Quadro clínico e diagnóstico

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Em função dos horários de trabalho em turnos e noturno, podem ocorrer tanto adiantamento quanto atraso
de fases do ciclo vigília-sono. Esses fatos podem ser decorrentes de conflitos entre os sincronizadores temporais
externos (horários de trabalho e de outras atividades sociais, por exemplo) e os osciladores biológicos internos, esses
últimos responsáveis pela regulação dos ritmos biológicos. Os trabalhadores que apresentam uma ou mais das seguintes
queixas: dificuldades para adormecer, interrupções freqüentes no sono, sonolência excessiva durante a vigília e
percepção de sono de má qualidade, devem ser submetidos a exame diagnóstico diferencial (polissonografia) para
confirmar ausência de distúrbios de sono não-relacionados com a organização do trabalho.
O código G47.2 é reservado para os distúrbios do ciclo vigília-sono nos quais os fatores orgânicos
desempenham o papel mais importante. Os casos de origem psicológica são classificados no grupo F51.2 como
transtornos do ciclo vigília-sono devidos a fatores não-orgânicos. Assim, cabe à equipe de saúde, em cada caso, julgar
se os fatores psicológicos são ou não de importância primária.

Os seguintes aspectos clínicos são essenciais para um diagnóstico definitivo:
- o padrão vigília-sono do indivíduo está fora de sincronia com o ciclo vigília-sono desejado, que é normal
em uma dada sociedade particular e compartilhado pela maioria das pessoas no mesmo ambiente
cultural;
- como resultado da perturbação do ciclo vigília-sono, o indivíduo apresenta insônia durante o principal
período de sono e hipersonia durante o período de vigília, quase todos os dias, por pelo menos um mês
ou, recorrentemente, por períodos mais curtos de tempo;
- a quantidade, a qualidade e o tempo de sono insatisfatórios causam dores de cabeça, fadiga crônica e
distúrbios gastrintestinais.
Estudos recentes indicam aumento de risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares em
trabalhadores em turnos e noturnos. Nessa perspectiva, os transtornos do ciclo vigília-sono podem ser acompanhados
de outros efeitos à saúde.

Há indícios de que a adaptação aos turnos, com rodízio em sentido inverso ao dos ponteiros do relógio,
seria mais fácil que a adaptação aos turnos com rodízio no sentido horário. Por exemplo, empresa com três equipes,
horários das 6 às 14, das 14 às 22 e das 22 às 6, em que a equipe que sai da escala das 6 às 14, ao invés de retomar
na escala das 14 às 22, vai entrar às 22 horas. Outro aspecto apontado como associado com aumento da dificuldade
de adaptação é a alteração na seqüência trabalho-lazer-repouso para trabalho-sono-lazer, que pode ocorrer após a
saída do turno noturno. A qualidade do sono por volta do horário do almoço mostra-se melhor do que aquela do sono
imediatamente após a chegada em casa, e este fato auxiliaria a adaptação dos afetados.


Sunday, March 15, 2015

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Epidemiologia e Fatores de risco

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
De acordo com o disposto na CID-10, a relação do distúrbio do ciclo vigília-sono com o trabalho poderá
estar vinculada a:
- fatores que influenciam o estado de saúde: “(...) riscos potenciais à saúde relacionados com circunstâncias
socioeconômicas e psicossociais (seção Z55- e Z65 da CID-10) ou aos fatores suplementares relacionados
com as causas de morbidade e de mortalidade classificados em outra parte (seção Y90- e Y98 da CID-10)”;
- problemas relacionados com o emprego e com o desemprego: má adaptação à organização do horário
de trabalho (trabalho em turnos ou trabalho noturno) (Z56.6);
- circunstância relativa às condições de trabalho (Y96).
Em trabalhadores que exercem suas atividades em turnos alternantes e/ou em trabalho noturno, com
dificuldades de adaptação, o diagnóstico de distúrbio do ciclo vigília-sono relacionado ao trabalho, excluídas outras
causas não-ocupacionais, deve ser enquadrado no Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho desempenha
o papel de causa necessária.
Em casos particulares de trabalhadores previamente lábeis ou hipersusceptíveis, circunstâncias como as
acima descritas na CID-10 poderiam eventualmente desencadear, agravar ou contribuir para a recidiva da doença, o
que levaria a enquadrá-la no Grupo III da Classificação de Schilling.


Saturday, March 14, 2015

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Definição da Doença

Distúrbios do ciclo vigília-sono - Definição da Doença

11.3.5 DISTÚRBIOS DO CICLO VIGÍLIA-SONO CID-10 G47.2

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os distúrbios do ciclo vigília-sono são definidos como uma perda de sincronia entre o ciclo vigília-sono do
indivíduo e o ciclo vigília-sono socialmente estabelecido como normal, resultando em queixas de insônia, interrupção
precoce do sono ou de sonolência excessiva. Esses distúrbios podem ser de origem orgânica presumida, dependendo
da contribuição relativa de fatores psicológicos, psicossociais ou orgânicos.
Os distúrbios do ciclo vigília-sono relacionados ao trabalho podem ser incluídos nessa categoria, uma vez
que, por definição, são determinados pela jornada de trabalho à noite em regime fixo ou pela alternância de horários
diurnos, vespertinos e/ou noturnos, em regime de revezamento de turnos.
O trabalho em turnos é uma forma de organização do trabalho na qual equipes de trabalhadores se revezam
para garantir a realização de uma mesma atividade num esquema de horários que diferem sensivelmente da jornada
de trabalho normal da média da população. Considera-se jornada de trabalho normal diurna a divisão do tempo de
trabalho no horário entre 6 e 18 horas, com base na semana de seis dias e nas 44 horas semanais. No trabalho em
turnos, os trabalhadores exercem suas atividades modificando seus horários de trabalho durante a semana, o mês
(turnos alternantes) ou permanecem em horários fixos matutinos, vespertinos ou noturnos. Também são considerados os
esquemas de trabalho em turnos em horários irregulares de entrada e saída no trabalho, a cada dia, semana ou mês. Os
turnos são ditos contínuos quando incluem sábados e domingos e descontínuos quando o trabalho é interrompido nos finais
de semana.


Friday, March 13, 2015

Transtorno extrapiramidal do movimento - Prevenção

Transtorno extrapiramidal do movimento - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção relativa ao grupo das doenças incluídas nos transtornos extrapiramidais e dos movimentos
não-especificados, relacionados ao trabalho, baseia-se na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos
efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. As medidas de controle ambiental
visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados aceitáveis, aos agentes responsáveis pela
ocorrência da doença, entre eles, mercúrio metálico, bromometano, diclorometano e tolueno, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades de higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos
estados e municípios. O Anexo n.º 11 da NR 15 define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias
químicas para jornadas de até 48 horas semanais, entre elas:
- mercúrio: 0,04 mg/m3 ;
- brometo de metila (bromometano): 12 ppm ou 47 mg/m3;
- diclorometano (cloreto de metileno): 156 ppm ou 560 mg/m3;
- tolueno: 78 ppm ou 290 mg/m3.

Esses parâmetros devem ser revisados periodicamente e sua manutenção dentro dos limites estabelecidos não exclui
a possibilidade de ocorrerem danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado
e exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- análises toxicológicas:
- em trabalhadores expostos ao mercúrio, para a dosagem de mercúrio inorgânico na urina
– VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 35 µg/g de creatinina. O aumento de quatro vezes
nos níveis do metal na urina, em relação às medidas basais, é suficiente para o afastamento
do trabalhador e o acompanhamento rigoroso do quadro clínico;
- para a exposição ao diclorometano, monitora-se a concentração de carboxiemoglobina no
sangue – VR de até 1% para NF e IBMP de 3,5% para NF.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar o fato ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Thursday, March 12, 2015

Transtorno extrapiramidal do movimento - Tratamento

Transtorno extrapiramidal do movimento - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento específico dependerá do agente desencadeador do quadro, porém, na maioria dos casos,
não está disponível. Estão indicados:
- medidas gerais que se iniciam pelo afastamento do paciente da exposição;
- cuidados gerais de suporte para prevenir o agravamento do quadro.


Wednesday, March 11, 2015

Transtorno extrapiramidal do movimento - Quadro clínico e diagnóstico

Transtorno extrapiramidal do movimento - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é baseado na história clínica e ocupacional e na avaliação neurológica, que é imprescindível.


Tuesday, March 10, 2015

Transtorno extrapiramidal do movimento - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtorno extrapiramidal do movimento - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Em trabalhadores expostos a produtos químicos neurotóxicos, como mercúrio metálico, bromometano,
diclorometano e tolueno, que apresentam doenças extrapiramidais dos movimentos com as características acima
descritas e excluídas outras causas não-ocupacionais, estas devem ser consideradas como doenças relacionadas ao
trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.


Monday, March 9, 2015

Transtorno extrapiramidal do movimento - Definição da Doença

Transtorno extrapiramidal do movimento - Definição da Doença

11.3.4 TRANSTORNO EXTRAPIRAMIDAL DO MOVIMENTO NÃO-ESPECIFICADO CID-10 G25.9

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Esse grupo inclui os transtornos do movimento decorrentes de um aumento do tônus muscular, movimentos
espasmódicos de dedos, face, músculos peribucais, do pescoço, espasticidade das extremidades, discinesia (dificuldades
com os movimentos voluntários) e ataxia, que aparecem relacionados à intoxicação por substâncias neurotóxicas.


Sunday, March 8, 2015

Outras formas de tremor - Prevenção

Outras formas de tremor - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das outras formas especificadas de tremor relacionadas ao trabalho baseia-se na vigilância
dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste
capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência da doença, entre eles brometo de metila, mercúrio e seus
compostos, clordecone, tetracloroetano e outros solventes orgânicos halogenados, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR 7),
da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias químicas, para jornadas de
até 48 horas semanais, entre elas:
- mercúrio: 0,04 mg/m3;
- brometo de metila: 12 ppm ou 47 mg/m3;
- tetracloroetano: 4 ppm ou 27 mg/m3.
Esses parâmetros devem ser revisados periodicamente e sua manutenção dentro dos limites estabelecidos não exclui
a possibilidade de ocorrerem danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado
e exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- análises toxicológicas:
- em expostos ao mercúrio, o indicador biológico de exposição é a dosagem de mercúrio
inorgânico na urina – VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 35 µg/g de creatinina. O
aumento de quatro vezes nos níveis do metal na urina, em relação às medidas basais, indica
a necessidade do afastamento do trabalhador da exposição e o acompanhamento rigoroso do
quadro clínico;
- em expostos ao dissulfeto de carbono, é dosado o ácido 2-tio-tiazolidina na urina – IBMP de 5
mg/g de creatinina;
- em expostos ao metanol, este é dosado na urina – VR de até 5 mg/l e IBMP de 15 mg/l.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.





Saturday, March 7, 2015

Outras formas de tremor - Tratamento

Outras formas de tremor - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O estabelecimento do nexo causal depende de uma história ocupacional e clínica consistentes e do exame
neurológico, uma vez que os tremores de origem essencial são relativamente freqüentes. Pacientes com tremor essencial
podem ter o quadro clínico agravado em caso de intoxicação.
A patologia de base deve ser investigada e tratada. O afastamento da atividade é obrigatório nos casos em
que a exposição está mantida.


Friday, March 6, 2015

Outras formas de tremor - Quadro clínico e diagnóstico

Outras formas de tremor - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO
Na intoxicação por mercúrio metálico, as complicações neurológicas se manifestam comumente por meio
de tremores de ação e posturais. Podem ser observados, ainda, o chamado tremor circumoral (em volta dos lábios),
semelhante àquele encontrado na sífilis terciária; o tremor da língua e o tremor postural dos membros, que piora com
a movimentação voluntária.
Tremores também podem ser observados após exposição ao brometo de metila, quando se comportam
mais comumente como tremores posturais, que pioram com a movimentação.
O diagnóstico de tremor secundário à intoxicação por mercúrio ou brometo de metila é feito correlacionando
os achados clínicos de tremor postural, que piora com o movimento, e a história de exposição ocupacional ao agente
tóxico.
O tremor essencial possui características semelhantes àquele causado pelo mercúrio metálico, porém o
primeiro possui caráter familiar, ao passo que o segundo se apresenta com outros sinais e sintomas neuropsiquiátricos
associados ao mercúrio. O tremor decorrente da intoxicação pelo mercúrio pode se sobrepor ao tremor essencial,
agravando-o.

Na história de exposição aos agentes tóxicos citados, as manifestações clínicas podem aparecer até anos após
o término da exposição, no caso do mercúrio, e podem estar associados a sintomas neuropsiquiátricos atribuíveis ao
mercúrio.
A dosagem de mercúrio urinário (normal maior que 20 µg/l; sintomático >300 µg/l) e a análise do cabelo (usado para
avaliação da exposição crônica) com valores >400 a 500µg/mg, associadas a manifestações de neurotoxidade, podem
contribuir para o diagnóstico.
A dosagem de mercúrio urinário em expostos a mercúrio metálico não contribui para o diagnóstico. Valores
acima de 35 µg/g de creatinina indicam apenas exposição atual excessiva. Se os resultados forem extremanente
elevados, acima de 200 µg/g de creatinina, pode haver concomitância de sintomas.
Na dosagem sérica de brometo de metila (valor normal menor que 100 mg/dl), se o resultado for maior que 300 mg/dl,
indica intoxicação grave com risco de vida, mesmo fora da fase aguda.


Thursday, March 5, 2015

Outras formas de tremor - Epidemiologia e Fatores de risco

Outras formas de tremor - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Trabalhadores expostos a produtos químicos neurotóxicos, principalmente o brometo de metila, o mercúrio
e seus compostos, o clordecone (Kepone) e o tetracloroetano, apresentam o tremor essencial, que, com as
características acima descritas e excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser considerado como doença
relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, isto é, doença profissional em que o trabalho constitui
causa necessária.


Wednesday, March 4, 2015

Outras formas especificadas de tremor - Definição da Doença

Outras formas especificadas de tremor - Definição da Doença

11.3.3 OUTRAS FORMAS ESPECIFICADAS DE TREMOR CID-10 G25.2

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Tremores são movimentos oscilatórios, rítmicos, resultantes de contrações alternadas de grupos musculares
antagônicos ou de contrações simultâneas de grupos musculares agonistas e antagonistas. De forma simplificada, a
doença pode ser classificada clinicamente em: tremor de repouso (como no parkinsonismo), de ação, postural, idiopático
ou essencial e de intenção (de origem cerebelar).


Tuesday, March 3, 2015

Parkinsonismo secundário - Prevenção

Parkinsonismo secundário - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do parkinsonismo secundário devido a outros agentes externos relacionados ao trabalho
baseia-se na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme
descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução, a níveis de exposição considerados
aceitáveis, dos agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, entre eles o manganês, o mercúrio, o dissulfeto de
carbono e o monóxido de carbono, de modo a reduzir a incidência da doença nos trabalhadores expostos, com:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos
estados e municípios. O Anexo n.º 11 da NR 15 define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias
químicas, para jornadas de até 48 horas semanais, entre elas:
- mercúrio: 0,04 mg/m3 ;
- metanol: 156 ppm ou 200 mg/m3;
- dissulfeto de carbono: 16 ppm ou 47 mg/m3;
- monóxido de carbono: 39 ppm ou 43 mg/m3.

Esses parâmetros devem ser revisados periodicamente e sua manutenção dentro dos limites estabelecidos não exclui
a possibilidade de ocorrerem danos à saúde.
A Portaria/MTb n.º 8/1992 estabelece os LT para exposição ao manganês, sendo de até 5 mg/m3
no ar,
para poeira, e de até 1 mg/m3
no ar, no caso de fumos.

O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado
e exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- análises toxicológicas:
- a dosagem de manganês na urina presta-se mais à avaliação de exposições recentes e não
tem valor para o diagnóstico;
- em trabalhadores expostos ao mercúrio, para a dosagem de mercúrio inorgânico na urina –
VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 35 mg/g de creatinina. O aumento de quatro vezes
nos níveis do metal na urina em relação às medidas basais é suficiente para o afastamento
do trabalhador e acompanhamento rigoroso do quadro clínico;
- para a exposição ao dissulfeto de carbono dosa-se o ácido 2-tio-tiazolidina na urina – IBMP
de 5 µg/g de creatinina;
- para o metanol – VR da dosagem na urina de até 5 mg/l e IBMP de 15 mg/l.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
- trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Monday, March 2, 2015

Parkinsonismo secundário - Tratamento

Parkinsonismo secundário - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não existe tratamento específico, apenas de suporte. A utilização de L-dopa tem resposta variável. O
afastamento da atividade é obrigatório nos casos em que a exposição está presente. Os pacientes com manifestações
sugestivas de parkinsonismo e história de exposição a substâncias tóxicas, reconhecidas como capazes de provocar
a doença, devem ser encaminhados para avaliação neurológica.

Não estão disponíveis indicadores de disfunção ou deficiência quantificáveis para a avaliação da incapacidade
para o trabalho nos casos de ataxia cerebelosa, parkinsonismo secundário, tremores e outros transtornos extrapiramidais
do movimento. Segundo o Baremo Internacional, apenas a doença de Parkinson é valorizada, assim como o
parkinsonismo pós-traumático (pós-acidente de trabalho) ou o parkinsonismo secundário aos microtraumas, como o
parkinsonismo dos boxeadores. Nos Guides da AMA, é proposta a seguinte hierarquização das deficiências ou disfunções
da postura e da marcha:
CLASSE 1: o paciente consegue levantar-se, ficar em pé e caminhar, mas tem dificuldade com elevações do chão,
grades, degraus, cadeiras baixas e marchas de longa distância;
CLASSE 2: o paciente consegue levantar-se, ficar em pé e pode caminhar uma certa distância com dificuldade e sem
assistência, mas limitado ao mesmo nível de piso;
CLASSE 3: o paciente consegue levantar-se, ficar em pé e pode manter essa posição com dificuldade, mas não consegue
caminhar sem assistência;
CLASSE 4: o paciente não consegue permanecer em pé sem a ajuda de outros,
sem apoio mecânico ou de prótese.

Sunday, March 1, 2015

Parkinsonismo secundário - Quadro clínico e diagnóstico

Parkinsonismo secundário - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A doença apresenta-se na forma clássica da doença de Parkinson (parkinsonismo idiopático), das doenças
heredodegenerativas do parkinsonismo associado a algumas síndromes neurológicas e do parkinsonismo secundário.
Geralmente, o parkinsonismo tóxico ou induzido por drogas melhora em até seis meses após a retirada do
agente causador, porém os sintomas e a incapacitação podem persistir em pessoas susceptíveis ou em casos de intoxicação
maciça com lesão irreversível de neurônios dopaminérgicos nos núcleos da base e substância negra do encéfalo.
Alguns dados clínicos ajudam a diferenciar o parkinsonismo secundário da doença de Parkinson. Na
doença de Parkinson, a história, o exame clínico e os exames laboratoriais não revelam ou sugerem outras causas de
parkinsonismo.
As manifestações são assimétricas e o tremor de repouso muito comum. Os pacientes respondem bem
à terapêutica com L-dopa e estão na faixa etária característica ou esperada para o aparecimento dos sintomas. Já no
parkinsonismo secundário, a história clínica e os exames laboratoriais podem revelar outras causas conhecidas que
explicam o quadro. Os sintomas são simétricos, o tremor de repouso é pouco comum, a resposta ao L-dopa é variável,
dependendo do agente causador, e o quadro pode acometer qualquer faixa etária, dependendo do período da exposição
ao agente. Pode estar associado a um quadro de psicose ou a outras alterações comportamentais, em casos de
intoxicação aguda maciça.

O parkinsonismo devido à intoxicação por manganês é uma forma de parkinsonismo secundário caracterizado
por instabilidade da marcha, pelo fenômeno de congelamento, que evolui progressivamente para bradicinesia, tremor
postural e distonia. Também a intoxicação por mercúrio metálico pode causar síndrome parkinsoniana, casos
especialmente graves, com tremores intensos e marcha em bloco.
O diagnóstico de parkinsonismo secundário por manganês é eminentemente clínico-epidemiológico, baseado
na história clínica e ocupacional e no exame neurológico. O quadro pode surgir meses ou até 40 anos após a exposição
ao agente. As provas laboratoriais avaliam a exposição e não servem para diagnóstico, uma vez que níveis de manganês
aumentados no sangue ou urina servem apenas para o controle de exposição ocupacional.