Saturday, January 31, 2015

Neurastenia - Prevenção

Neurastenia - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da síndrome de fadiga relacionada ao trabalho
consiste na vigilância dos ambientes, das
condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. Requer uma
ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento seja feito
por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento
psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução dos fatores de risco responsáveis pela
gênese da doença, presentes no trabalho, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados, no caso de exposição a substâncias químicas e ao ruído, por exemplo;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes; mecanização de processos, de modo a aliviar a carga física de trabalho;
- monitoramento sistemático das concentrações de agentes agressores no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diversificar as tarefas, diminuir o isolamento
dos trabalhadores e diminuir as exigências cognitivas decorrentes das pressões por produtividade,
controle excessivo, entre outras;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de conforto e higiene pessoal para os trabalhadores,
recursos para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo complementar
às medidas de proteção coletiva.

As intervenções necessárias às melhorias das condições de trabalho baseiam-se na análise ergonômica do
trabalho real ou da atividade, buscando conhecer, entre outros fatores:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

A participação dos trabalhadores e a sensibilização dos níveis gerenciais são essenciais para a
implementação das medidas corretivas e de promoção da saúde que envolvem modificações na organização do trabalho
que corrijam as causas do excesso de trabalho (ritmo excessivo, falta de pausas, etc.) e viabilizem a reabilitação
psicossocial e/ou profissional do trabalhador.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
A ocorrência de um caso de síndrome de fadiga relacionada ao trabalhog
deve ser considerada como
evento sentinela, orientando a investigação do posto de trabalho e intervenções psicossociais de suporte ao grupo de
trabalhadores de onde o acometido proveio.




Friday, January 30, 2015

Neurastenia - Tratamento

Neurastenia - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Pode estar indicada a prescrição de ansiolíticos/hipnóticos (benzodiazepínicos), visando a controlar ou a
moderar os sintomas mais proeminentes, como a insônia e a irritabilidade, atentando sempre para o risco de
desenvolvimento de tolerância e dependência desses psicotrópicos. Deve-se ter como finalidade mudanças objetivas
nas condições de trabalho (organização do trabalho) e subjetivas às quais o trabalhador doente está submetido. A
psicoterapia, visando a abordar as mudanças subjetivas em relação ao trabalho, pode ser útil.


Thursday, January 29, 2015

Neurastenia - Quadro clínico e diagnóstico

Neurastenia - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de síndrome de fadiga relacionada ao trabalho
é feito a partir da anamnese ocupacional e da
história de trabalho bem feitas. Deve-se perguntar a respeito da duração da jornada de trabalho, das condições de trabalho,
do descanso durante a jornada, do ritmo de trabalho, das condições do processo laboral (presença de ruído e outros
agressores), da pressão no trabalho, das condições de vida e habitacionais, visando a avaliar as condições de descanso
e lazer do trabalhador. Não esquecer que a síndrome de fadiga relacionada ao trabalho pode ser encontrada em
trabalhadores desempregados, pois pode ter sido adquirida durante o trabalho anterior.
O diagnóstico definitivo baseia-se nos seguintes critérios:
- queixas persistentes e angustiantes de fadiga aumentada após esforço mental ou queixas persistentes
e angustiantes de fraqueza e exaustão corporal após esforço físico mínimo;
- pelo menos dois dos seguintes: sensação de dores musculares, tonturas, cefaléias tensionais,
perturbações do sono, incapacidade de relaxar, irritabilidade, dispepsia;
- paciente é incapaz de se recuperar por meio do descanso, relaxamento ou entretenimento;
- duração do transtorno de pelo menos três meses.
O diagnóstico diferencial da síndrome de fadiga relacionada ao trabalho
baseia-se na anamnese e deve ser feito com:
- síndrome de fadiga pós-viral (G93.9);
- síndrome pós-encefalítica (F07.1);
- síndrome pós-concussional (F07.2);
- transtorno do humor (F30- e F39);
- transtorno do pânico (F41.0);
- transtorno de ansiedade generalizada (F41.1).


Wednesday, January 28, 2015

Neurastenia - Epidemiologia e Fatores de risco

Neurastenia - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As queixas de fadiga são extremamente freqüentes entre trabalhadores ocupados. Os fatores de risco de
natureza ocupacional que parecem contribuir para o surgimento de um quadro de fadiga patológica são: ritmos de
trabalho acelerados, sem pausas ou com pausas sem as devidas condições para repousar e relaxar; jornadas de
trabalho prolongadas (excesso de horas extras, tempo de transporte de casa para o trabalho e do trabalho para casa
muito longo, dupla jornada de trabalho para complementar a renda familiar) e jornada de trabalho em turnos alternados.

A fadiga patológica parece ser decorrente da interação de diversos desses fatores entre si, ao longo de meses ou anos.
Essas manifestações também têm sido associadas à exposição ocupacional a algumas substâncias químicas,
entre elas:
- brometo de metila;
- chumbo e seus compostos tóxicos;
- manganês e seus compostos tóxicos;
- mercúrio e seus compostos tóxicos;
- sulfeto de carbono;
- tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos;
- tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos;
- outros solventes orgânicos neurotóxicos.
Em trabalhadores expostos às situações de trabalho descritas acima, o diagnóstico da síndrome de fadiga
pode ser incluído no Grupo I da Classificação de Schilling, ou seja, o trabalho desempenha
o papel de causa necessária.


Tuesday, January 27, 2015

Neurastenia - Definição da Doença

Neurastenia - Definição da Doença

10.3.9 NEURASTENIA (Inclui Síndrome de Fadiga) CID-10 F48.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A característica mais marcante da síndrome de fadiga relacionada ao trabalho*
é a presença de fadiga
constante, acumulada ao longo de meses ou anos em situações de trabalho em que não há oportunidade de se obter
descanso necessário e suficiente. A fadiga é referida pelo paciente como sendo constante, como acordar cansado,
simultaneamente física e mentalmente, caracterizando uma fadiga geral. Outras manifestações importantes são: má
qualidade do sono, dificuldade de aprofundar o sono, despertares freqüentes durante a noite, especificamente insônia
inicial, dificuldade para adormecer ou “a cabeça não consegue desligar”, irritabilidade ou falta de paciência e desânimo.
Outros sintomas que podem fazer parte da síndrome são: dores de cabeça, dores musculares (geralmente nos músculos
mais utilizados no trabalho), perda do apetite e mal-estar geral. Trata-se, em geral, de um quadro crônico.


Monday, January 26, 2015

Estresse pós-traumático - Prevenção

Estresse pós-traumático - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do estado de estresse pós-traumático relacionado ao trabalho envolve uma complexa rede de
medidas de prevenção de acidentes, segurança e promoção de condições no trabalho, incluindo condições
organizacionais do trabalho que respeitem a subjetividade dos trabalhadores. Requer uma ação integrada, articulada
entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento seja feito por uma equipe
multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento psíquico
do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer, entre outros fatores:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- as estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar ocaso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.

A ocorrência de um caso de estado de estresse pós-traumático relacionado ao trabalho deve ser abordado
como evento sentinela e indicar investigação do posto de trabalho e intervenções psicossociais de suporte ao grupo de
trabalhadores de onde o acometido proveio.


Sunday, January 25, 2015

Estresse pós-traumático - Tratamento Intervenções psicossociais

Estresse pós-traumático - Tratamento Intervenções psicossociais

INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS:
o estado de estresse pós-traumático relacionado ao trabalho geralmente refere-se a um
evento traumático caracterizado como acidente de trabalho. As intervenções psicossociais passam pelo
reconhecimento da relação do quadro clínico com o trabalho, pelo acolhimento do sofrimento do trabalhador
no local de trabalho e pelas orientações e encaminhamentos adequados à situação. Muitas vezes, o
desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático, além do afastamento do trabalho para tratamento,
implica um projeto de reabilitação profissional, uma vez que as seqüelas, especialmente os quadros fóbicos
persistentes, podem impedir o retorno ao posto de trabalho anterior. O acolhimento do desejo de mudança,
o empenho e os esforços da equipe de saúde, no sentido de o paciente retomar uma vida produtiva, são
fundamentais para a reconstrução do futuro do trabalhador acometido.


Saturday, January 24, 2015

Estresse pós-traumático - Tratamento Psicoterapia

Estresse pós-traumático - Tratamento Psicoterapia

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento do transtorno de estresse pós-traumático envolve:

PSICOTERAPIA:
a psicoterapia individual está sempre indicada. Na fase aguda, pode seguir o modelo de intervenção em
crise com suporte, orientação e desenvolvimento de instrumentos para lidar com o evento traumático. Na
fase crônica, a psicoterapia visa a deixar o paciente falar livremente, deixando-o rememorar o evento
traumático e, quando possível, começar a trabalhar a reconstrução do futuro. A psicoterapia de grupo
também pode ser eficaz na elaboração do trauma, especialmente na fase crônica. A psicoterapia de família
pode oferecer suporte direto aos membros da família e ao paciente;

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
os antidepressivos tricíclicos, especialmente a imipramina e a amitriptilina, têm ação
comprovada no tratamento do estado de estresse pós-traumático. A dosagem é igual à do tratamento dos
transtornos depressivos, e a duração mínima de uma tentativa terapêutica deve ser de oito semanas. Os
pacientes que respondem bem devem manter o curso do antidepressivo por um período mínimo de um ano
antes de tentar a retirada. O uso de antipsicóticos, como o haloperidol, deve ser evitado, exceto em breves
períodos para o controle de crises de agressividade grave ou agitação;

Friday, January 23, 2015

Estresse pós-traumático - Quadro clínico e diagnóstico

Estresse pós-traumático - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro típico do estado de estresse pós-traumático inclui episódios de repetidas revivescências do
trauma, que se impõem à consciência clara ou em sonhos (pesadelos). O paciente apresenta uma sensação persistente
de entorpecimento ou embotamento emocional, diminuição do envolvimento ou da reação ao mundo que o cerca,
rejeição a atividades e situações que lembram o episódio traumático. Usualmente, observa-se um estado de excitação
autonômica aumentada com hipervigilância, reações exacerbadas aos estímulos e insônia. Podem, ainda, apresentar-
se sintomas ansiosos e depressivos, bem como ideação suicida. O abuso de álcool e outras drogas pode ser um fator
complicador. Podem ocorrer episódios dramáticos e agudos de medo, pânico ou agressividade, desencadeados por
estímulos que despertam uma recordação e/ou revivescência súbita do trauma ou da reação original a ele.
O início do quadro segue-se ao trauma, com um período de latência que pode variar de poucas semanas
a meses (raramente excede a 6 meses). O curso é flutuante, mas a recuperação pode ser esperada na maioria dos
casos. Em uma pequena proporção dos pacientes, a condição pode evoluir cronicamente por muitos anos, transformando-
se em uma alteração permanente da personalidade.
O diagnóstico de estado de estresse pós-traumático pode ser feito em pacientes que apresentem quadros
de início até 6 meses após um evento ou período de estresse traumático* caraterizados por:
- evento ou situação estressante (de curta ou longa duração) de natureza excepcionalmente ameaçadora
ou catastrófica, aos quais o paciente foi exposto, em uma situação de trabalho ou relacionada ao
trabalho;
- rememorações ou revivescências persistentes e recorrentes do evento estressor em imagens,
pensamentos, percepções ou memórias vívidas e/ou pesadelos e/ou agir ou sentir como se o evento
traumático estivesse acontecendo de novo (incluindo a sensação de reviver a experiência, ilusões,
alucinações e episódios dissociativos de flashback, inclusive aqueles que ocorrem ao despertar ou
quando intoxicado) e/ou angústia quando da exposição a indícios internos ou externos que lembram ou
simbolizam um aspecto do evento traumático e/ou reação fisiológica exacerbada a indícios internos ou
externos que simbolizem ou lembrem um aspecto do evento traumático);
- atitude persistente de evitar circunstâncias semelhantes ou associadas ao evento estressor (ausente
antes do trauma) indicada por:
- esforços para evitar pensamentos, sentimentos ou conversas associadas ao trauma;
- esforços para evitar atividades, lugares ou pessoas que tragam lembranças do trauma;
- incapacidade de relembrar, parcial ou completamente, alguns aspectos importantes do período
de exposição ao estressor;
- interesse ou participação significativamente diminuída em atividades importantes;
- sentimentos de distanciamento ou estranhamento dos outros;
- distanciamento afetivo (por exemplo, incapacidade de ter sentimentos amorosos);
- sentimento de futuro curto (por exemplo, não espera mais ter uma carreira, casamento, filhos,
uma expectativa de vida normal);
- sintomas persistentes de estado de alerta exacerbado;
- dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo;
- irritabilidade ou explosões de raiva;
- dificuldade de concentração;
- hipervigilância;
- resposta exagerada a susto.
* Pode-se realizar um diagnóstico provável se a latência entre o evento e o início da sintomatologia for maior do que 6 meses. A literatura especializada informa que a
latência pode ser de uma semana ou de 30 anos.


Thursday, January 22, 2015

Estresse pós-traumático - Epidemiologia e Fatores de risco

Estresse pós-traumático - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A prevalência estimada do transtorno de estresse pós-traumático na população geral é de 1 a 3%. Nos
grupos de risco (por exemplo, combatentes), as taxas de prevalência variam de 5 a 75%. Não estão disponíveis dados
epidemiológicos referentes às ocupações e profissões que representam risco para eventos suficientemente ameaçadores
para desencadear o transtorno. Existem estudos restritos a pequenos grupos e relatos de casos. O risco de
desenvolvimento do transtorno de estresse pós-traumático relacionado ao trabalho parece estar relacionado a trabalhos
perigosos que envolvem responsabilidade com vidas humanas, com risco de grandes acidentes, como o trabalho nos
sistemas de transporte ferroviário, metroviário e aéreo, o trabalho dos bombeiros, etc. É mais comum em adultos e
jovens, mas pode surgir em qualquer idade devido à natureza das situações desencadeadoras. O transtorno acomete
mais solteiros, divorciados, viúvos e pessoas prejudicadas social ou economicamente.
De acordo com a CID-10, a relação entre o transtorno de estresse pós-traumático crônico com o trabalho
poderá estar vinculada a “fatores que influenciam o estado de saúde:
(...) riscos potenciais à saúde relacionados com
circunstâncias socio econômicas e psicossociais” (seção Z55-Z65) ou aos “fatores suplementares relacionados, como as
causas de morbidade e de mortalidade classificados em outra parte” (seção Y90-Y98):
- outras dificuldades físicas e mentais relacionadas ao trabalho: reação após acidente do trabalho grave
ou catastrófico, ou após assalto no trabalho (Z56.6);
- circunstância relativa às condições de trabalho (Y96).
Em trabalhadores que sofreram situações descritas no conceito da doença, em circunstâncias de trabalho,
o diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado
no Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Wednesday, January 21, 2015

Estresse pós-traumático - Definição da Doença

Estresse pós-traumático - Definição da Doença

10.3.8 ESTADO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO CID-10 F43.1

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
O estado de estresse pós-traumático caracteriza-se como uma resposta tardia e/ou protraída a um evento
ou situação estressante (de curta ou longa duração) de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica. E,
reconhecidamente, causaria extrema angústia em qualquer pessoa. São exemplos: os desastres naturais ou produzidos
pelo homem, acidentes graves, testemunho de morte violenta ou ser vítima de tortura, estupro, terrorismo ou qualquer
outro crime. O paciente experimentou, testemunhou ou foi confrontado com um evento ou eventos que implicaram
morte ou ameaça de morte, lesão grave ou ameaça da integridade física a si ou a outros.
Fatores predisponentes, tais como traços de personalidade ou história prévia de doença neurótica, podem
baixar o limiar para o desenvolvimento da síndrome ou agravar seu curso, mas não são necessários nem suficientes
para explicar sua ocorrência.


Tuesday, January 20, 2015

Episódios depressivos - Prevenção

Episódios depressivos - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos episódios depressivos relacionados ao trabalho consiste, basicamente, na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
Requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento
seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e dar suporte ao sofrimento
psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a substâncias químicas
envolvidas na gênese da doença, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível, utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer, entre outros fatores:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- as estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

A tristeza e a alegria são afetos. Portanto, estão presentes em todos os relacionamentos humanos, incluindo
os relacionamentos no trabalho e com o trabalho. Sentimo-nos tristes quando frustrados em nossas aspirações, mas,
especialmente, quando perdemos algo ou alguém que nos é muito querido. A tristeza que se sente com as perdas pode
caracterizar um estado de luto que é normal ou pode evoluir para um estado depressivo (melancólico). O episódio
depressivo relacionado ao trabalho caracteriza-se pela perda do convívio no trabalho: perda do emprego, perda de
posição na hierarquia, frustração de aspirações relacionadas ao trabalho e à carreira, lembrando que a inserção pelo
trabalho é uma dimensão humana fundamental na nossa sociedade. A prevenção das depressões relacionadas ao
trabalho é, portanto, também de ordem ética. Depende da ordem econômica e da justiça nas relações de trabalho,
tanto em nível macro quanto microssocial. O exemplo clássico da relação entre depressão e ordem econômica é o do
desemprego de longa duração.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação
ou controle dos fatores de risco;
- acompanhar o retorno do trabalhador ao trabalho, seja na mesma atividade com modificações ou
restrições, seja para outra atividade, o que é importante para garantir que não haja progressão, recidivas
ou agravamento do quadro.


Monday, January 19, 2015

Episódios depressivos - Tratamento

Episódios depressivos - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A prescrição dos recursos terapêuticos disponíveis depende da gravidade e da especificidade de cada
caso, entretanto é consenso em psiquiatria que o tratamento de episódios depressivos envolva:

PSICOTERAPIA:
está indicada mesmo quando são prescritos psicofármacos, pois o tratamento de episódio depressivo
tende a se estender por um período de pelo menos seis meses, em que o paciente se encontra fragilizado
e necessitando de suporte emocional;
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
a prescrição de antidepressivos está indicada dependendo da gravidade do quadro
depressivo. Atualmente, existe uma grande variedade de drogas antidepressivas e de esquemas
posológicos possíveis. A prescrição deve ser acompanhada por especialista, pelo menos em sistema de
interconsulta. Freqüentemente estão indicados os benzodiazepínicos para controle de sintomas ansiosos
e da insônia no início do tratamento, pois o efeito terapêutico dos antidepressivos tem início, em média,
após duas semanas de uso;

INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS: uma das características centrais do episódio depressivo é o desânimo para as atividades
cotidianas em que o trabalho está incluído: “a vida perde o colorido e mais nada tem valor”. Portanto,
muitas vezes a capacidade de trabalhar fica muito comprometida, impedindo o sujeito de cumprir seus
compromissos ocupacionais. Muitas vezes, faltas ao trabalho não-justificadas são a primeira manisfestação
percebida pelos familiares ou pelos colegas, chefes ou empregadores. Quando o episódio depressivo é
relacionado ao trabalho, esse comprometimento pode ser mais precoce e mais evidente, uma vez que os
fatores afetivos envolvidos na depressão estão no trabalho, como, por exemplo, a perda de um posto de
chefia ou outra mudança repentina na hierarquia de uma organização.
É muito importante que o médico clínico ou psiquiatra, juntamente com a equipe de saúde responsável pelo
paciente, estejam capacitados a:
- avaliar cuidadosamente a indicação de afastamento do trabalho por meio de licença para tratamento.
Devem envolver o paciente nessa decisão, procurando ajudá-lo tanto a afastar-se do trabalho, se
necessário para o tratamento, quanto a voltar para a ocupação quando recuperado;
- justificar cada uma de suas recomendações, perante a organização onde o paciente trabalha, o seguro
social e o sistema de saúde, buscando garantir o respeito à situação clínica do trabalhador;
- auxiliar o paciente a lidar com as dificuldades envolvidas em um processo de afastamento e retorno ao
trabalho, como, por exemplo, a ameaça de demissão após a volta ao trabalho. Muitas vezes os episódios
depressivos são momentos da vida dos sujeitos em que se processam grandes mudanças e em que
geralmente o trabalho está envolvido. Isso implica, freqüentemente, que o sujeito mude de posição ou
posto de trabalho ou mesmo de emprego. Exatamente aí, o suporte social é fundamental para o
tratamento e para garantir a qualidade de vida. Esse suporte é concretizado na garantia do direito ao
tratamento, do acesso aos serviços de saúde, da seguridade social e do reconhecimento do
sofrimento.
Os clínicos e os serviços de saúde não podem oferecer essas garantias,
mas devem acionar esses direitos e implicar as organizações e os pacientes;
- orientar os familiares do paciente, assim como os colegas de trabalho, patrões, chefes e gerentes sobre
como lidar com a situação da doença do paciente, especialmente no que se refere ao tempo necessário
para que o sujeito retome sua capacidade de trabalho. Especial atenção deve ser dada à realização de
laudos, pareceres, atestados e emissão da CAT, visando ao reconhecimento social (incluindo os seguros
de saúde e Previdência Social) de um padecimento que, se não apresenta lesão física evidenciável, é
caracterizado pelo excesso de angústia, comprometendo exatamente a capacidade de trabalhar.


Sunday, January 18, 2015

Episódios depressivos - Quadro clínico e diagnóstico

Episódios depressivos - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de episódio depressivo requer a presença de pelo menos cinco dos sintomas abaixo, por um
período de, no mínimo, duas semanas, sendo que um dos sintomas característicos é humor triste ou diminuição do
interesse ou prazer, além de:
- marcante perda de interesse ou prazer em atividades que normalmente são agradáveis;
- diminuição ou aumento do apetite com perda ou ganho de peso (5% ou mais do peso corporal, no
último mês);
- insônia ou hipersonia;
- agitação ou retardo psicomotor;
- fadiga ou perda da energia;
- sentimentos de desesperança, culpa excessiva ou inadequada;
- diminuição da capacidade de pensar e de se concentrar ou indecisão;
- pensamentos recorrentes de morte (sem ser apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem
um plano específico ou uma tentativa de suicídio ou um plano específico de suicídio.


Saturday, January 17, 2015

Episódios depressivos - Epidemiologia e Fatores de risco

Episódios depressivos - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A relação dos episódios depressivos com o trabalho pode ser sutil. As decepções sucessivas em situações
de trabalho frustrantes, as perdas acumuladas ao longo dos anos de trabalho, as exigências excessivas de desempenho
cada vez maior, no trabalho, geradas pelo excesso de competição, implicando ameaça permanente de perda do lugar
que o trabalhador ocupa na hierarquia da empresa, perda efetiva, perda do posto de trabalho e demissão podem
determinar depressões mais ou menos graves ou protraídas. A situação de desemprego prolongado tem estado associada
ao desenvolvimento de episódios depressivos em vários estudos em diferentes países. Alguns estudos comparativos
controlados têm mostrado prevalências maiores de depressão em digitadores, operadores de computadores, datilógrafas,
advogados, educadores especiais e consultores.
Episódios depressivos também estão associados à exposição ocupacional às seguintes substâncias
químicas tóxicas:
- brometo de metila;
- chumbo e seus compostos tóxicos;
- manganês e seus compostos tóxicos;
- mercúrio e seus compostos tóxicos;
- sulfeto de carbono;
- tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos;
- tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos;
- outros solventes orgânicos neurotóxicos.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, entre outras, o diagnóstico de
episódios depressivos, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no Grupo I da Classificação
de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária. A sintomatologia depressiva nestes casos
geralmente não constitui o quadro primário, estando geralmente associada aos transtornos mentais orgânicos induzidos por
essas substâncias, como a demência, o delirium, o transtorno cognitivo leve,
o transtorno orgânico de personalidade, o transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado, conforme descritos nos itens específicos. Assim, sempre que ficar
caracterizada uma síndrome depressiva e houver história ocupacional de exposição a substâncias tóxicas, deve-se investigar
a coexistência de um transtorno mental orgânico, ou seja, indicativo de disfunção ou lesão cerebral.


Friday, January 16, 2015

Episódios depressivos - Definição da Doença

Episódios depressivos - Definição da Doença

10.3.7 EPISÓDIOS DEPRESSIVOS CID-10 F32.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os episódios depressivos caracterizam-se por humor triste, perda do interesse e prazer nas atividades
cotidianas, sendo comum uma sensação de fadiga aumentada.
O paciente pode se queixar de dificuldade de concentração, pode apresentar baixa auto-estima
e autoconfiança, desesperança, idéias de culpa e inutilidade; visões desoladas e pessimistas
do futuro, idéias ou atos suicidas.
O sono encontra-se freqüentemente perturbado, geralmente por insônia terminal.
O paciente se queixa de diminuição do apetite, geralmente com perda de peso sensível.
Sintomas de ansiedade são muito freqüentes.
A angústia tende a ser tipicamente mais intensa pela manhã.
As alterações da psicomotricidade podem variar da lentificação à agitação. Pode haver lentificação do pensamento. Os episódios
depressivos devem ser classificados nas modalidades: leve, moderada, grave sem sintomas psicóticos, grave com
sintomas psicóticos.


Thursday, January 15, 2015

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Prevenção

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Prevenção

5 PREVENÇÃO
Ações de prevenção do alcoolismo que se limitam a realizar cursos e palestras com a finalidade de procurar
transmitir conhecimentos científicos e aconselhamento sobre as ações prejudiciais do álcool no organismo são
freqüentemente inócuos.
De modo geral, só alcançam resultados positivos os programas que identificam, nas situações de trabalho
e do cotidiano da vida, os aspectos organizacionais
e ambientais relacionados ao risco alcoólico, procurando
implementar ações para transformá-los, como, por exemplo:
- práticas de supervisão e chefia direta em que a dignidade e a valorização do trabalhador são consideradas
com especial atenção nas situações de trabalho socialmente desprestigiadas;
- fornecimento de equipamentos adequados, disponibilidade de chuveiros e material para a higiene pessoal
(inclusive trocas suficientes de roupa);
- desenvolvimento de estratégias de redução das situações de exposição às ameaças, como agressão
armada e ira popular, com a participação dos próprios trabalhadores no desenvolvimento de tais
estratégias;
- disponibilidade de pausas em ambientes agradáveis e confortáveis, visando ao alívio da tensão;
- disponibilidade de meios de comunicação e de interação com outras pessoas durante a jornada de
trabalho nas situações de trabalho em isolamento;
- redução e controle dos níveis de ruído e de vibração nos ambientes de trabalho (muitas vezes os
trabalhadores usam o álcool como hipnótico após trabalharem em ambientes ruidosos e com vibração).
O exemplo clássico é o dos motoristas de ônibus.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Wednesday, January 14, 2015

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Tratamento Grupos de mútua ajuda

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Tratamento Grupos de mútua ajuda

GRUPOS DE MÚTUA AJUDA:
Alcoólicos Anônimos (AA)/Grupos Anônimos de Familiares de Alcoólicos (Al-Anon) – os AA são
agrupamentos voluntários de ajuda mútua de centenas de milhares de pessoas com transtornos relacionados
ao álcool.
Fundado nos Estados Unidos (EUA), em 1935, por dois homens dependentes de álcool, está
disseminado pelo mundo e existe no Brasil. Apesar de, freqüentemente, os pacientes criarem objeções em
procurar os AA, quando os procuram, muitas vezes, tornam-se participantes entusiastas, o que melhora o
prognóstico por aumentar a adesão ao tratamento e o suporte social do paciente. O serviço que atende ao
trabalhador dependente de álcool deve disponibilizar esse tipo de encaminhamento;

RECURSOS DE CENTROS DE ATENÇÃO DIÁRIA:
após uma internação hospitalar em virtude de dependência de álcool, o retorno
ao lar e à comunidade, incluindo o trabalho, requer medidas de suporte emocional, orientação e reabilitação
psicossocial progressiva que podem ser disponibilizadas por serviços de saúde mental, tipo Centros de
Atenção Diária.


Tuesday, January 13, 2015

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Tratamento Psicoterapia

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Tratamento Psicoterapia

PSICOTERAPIA: o paciente geralmente tem uma relação ambivalente com a terapia e pode perder sessões e apresentar
recaídas com a bebida. O terapeuta deve lidar com o abuso do álcool como uma defesa psíquica, estar
preparado para ser testado várias vezes e não pode se esconder atrás da falta de motivação do
paciente quando as recaídas o ameaçarem. A depressão, freqüentemente associada ao alcoolismo
crônico, pode ser conduzida por meio do papel de suporte do terapeuta, podendo estar indicada a
adição de medicação antidepressiva. Além das experiências de psicoterapia individual, existem
experiências de psicoterapia de grupo que podem ser bastante interessantes, especialmente nos serviços
públicos de atenção à saúde do trabalhador;

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: tanto os ansiolíticos como os antidepressivos estão indicados no tratamento dos sintomas
de ansiedade e depressão de pacientes com transtornos relacionados com o abuso de álcool;


Monday, January 12, 2015

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Tratamento

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento do alcoolismo crônico envolve múltiplas estratégias terapêuticas que implicam, muitas vezes,
em mudanças na situação de trabalho. O prognóstico difícil pode desanimar as equipes de saúde com relação ao
tratamento dos alcoólatras. Apesar de alguns clínicos e grupos proporem a opção de beber controlado, a maioria dos
especialistas e dos estudos indicam que a abstinência completa de álcool é a pedra angular do tratamento. A maioria
das pessoas com transtornos relacionados ao álcool busca tratamento pressionada por alguém da família (a esposa,
geralmente) ou por um empregador, chefe ou amigo. Os pacientes que são persuadidos, encorajados ou mesmo
coagidos ao tratamento por pessoas significativas para eles estão mais aptos a permanecer em tratamento e têm um
prognóstico melhor do que os não-pressionados.

* O alcoolismo crônico afeta múltiplos órgãos e funções, determinando o surgimento de quadros clínicos pertinentes a várias especialidades médicas, como neurologia,
gastroenterologia, cardiologia e hematologia.

O melhor prognóstico está associado à busca voluntária de um
profissional de saúde mental em virtude de a pessoa ter concluído que é alcoólatra e que necessita de ajuda. Assim,
a disponibilidade dos profissionais e dos serviços de saúde para atender aos trabalhadores alcoólatras é uma das
primeiras estratégias do tratamento.
As estratégias de tratamento do alcoolismo crônico incluem:

Sunday, January 11, 2015

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Quadro clínico e diagnóstico

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os critérios diagnósticos podem ser adaptados daqueles previstos para a caracterização das demais
síndromes de dependência, segundo os quais três ou mais manifestações devem ter ocorrido, conjuntamente, por pelo
menos um mês ou, se persistentes, por períodos menores do que um mês. As manifestações devem ocorrer juntas, de
forma repetida durante um período de 12 meses, devendo ser explicitada a relação da ocorrência com a situação de
trabalho:
- um forte desejo ou compulsão de consumir álcool em situações de forte tensão presente ou gerada
pelo trabalho;
- comprometimento da capacidade de controlar o comportamento de uso da substância – em termos de
início, término ou níveis – evidenciado pelo uso da substância em quantidades maiores ou por um
período mais longo que o pretendido ou por um desejo persistente ou por esforços infrutíferos para
reduzir ou controlar o seu uso;
- um estado fisiológico de abstinência quando o uso do álcool é reduzido ou interrompido;
- evidência de tolerância aos efeitos da substância de forma que haja uma necessidade de quantidades
crescentes da substância para obter o efeito desejado;
- preocupação com o uso da substância, manifestada pela redução ou abandono de importantes prazeres
ou interesses alternativos por causa de seu uso ou pelo gasto de uma grande quantidade de tempo em
atividades necessárias para obter, consumir ou recuperar-se dos efeitos da ingestão da substância;
- uso persistente da substância, a despeito das evidências das suas conseqüências nocivas e da
consciência do indivíduo a respeito do problema.

O alcoolismo crônico, caracterizado acima como síndrome de dependência do álcool, está associado ao
desenvolvimento de outros transtornos mentais, a saber:
- delirium (delirium tremens);
- demência induzida pelo álcool;
- transtorno amnésico induzido pelo álcool;
- transtorno psicótico induzido pelo álcool;
- outros transtornos relacionados ao álcool*: transtorno do humor induzido pelo álcool, transtorno de
ansiedade induzido pelo álcool, disfunção sexual induzida pelo álcool, transtorno do sono induzido
pelo álcool.


Saturday, January 10, 2015

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Epidemiologia e Fatores de risco

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
O trabalho é considerado um dos fatores psicossociais de risco para o alcoolismo crônico. O consumo
coletivo de bebidas alcoólicas associado a situações de trabalho pode ser decorrente de
prática defensiva, como meio de garantir inclusão no grupo.
Também pode ser uma forma de viabilizar o próprio trabalho, em decorrência dos
efeitos farmacológicos próprios do álcool: calmante, euforizante, estimulante, relaxante, indutor do sono, anestésico e
antisséptico. Entretanto, essas situações não são suficientes para caracterizar o uso patológico de bebidas alcoólicas.
Uma freqüência maior de casos (individuais) de alcoolismo tem sido observada em determinadas ocupações,
especialmente aquelas que se caracterizam por ser socialmente desprestigiadas e mesmo determinantes de certa
rejeição, como as que implicam contato com cadáveres, lixo ou dejetos em geral, apreensão e sacrifício de cães;
atividades em que a tensão é constante e elevada, como nas situações de trabalho perigoso (transportes coletivos,
estabelecimentos bancários, construção civil), de grande densidade de atividade mental (repartições públicas,
estabelecimentos bancários e comerciais), de trabalho monótono, que gera tédio, trabalhos em que a pessoa trabalha
em isolamento do convívio humano (vigias); situações de trabalho que envolvem afastamento prolongado do lar (viagens
freqüentes, plataformas marítimas, zonas de mineração).
As relações do alcoolismo crônico com o trabalho poderão ser classificadas por meio da CID-10, usando os
seguintes códigos: “fatores que influenciam o estado de saúde: (...) riscos potenciais à saúde relacionados com circunstâncias
socioeconômicas e psicossociais” (seção Z55-Z65 da CID-10) ou aos seguintes “fatores suplementares relacionados com as
causas de morbidade e de mortalidade classificados em outra parte” (seção Y90-Y98 da CID-10):
- problemas relacionados ao emprego e ao desemprego: condições difíceis de trabalho (Z56.5);
- circunstância relativa às condições de trabalho (Y96).
Portanto, havendo evidências epidemiológicas de excesso de prevalência de alcoolismo crônico em
determinados grupos ocupacionais, essa ocorrência poderá ser classificada como doença relacionada ao trabalho, do
Grupo II da Classificação de Schilling. O trabalho pode ser considerado como fator de risco, no conjunto de fatores de
risco associados à etiologia multicausal do alcoolismo crônico. Trata-se, portanto, de um nexo epidemiológico, de
natureza probabilística, principalmente quando as informações sobre as condições de trabalho forem consistentes com
as evidências epidemiológicas disponíveis.
Em casos particulares de trabalhadores previamente alcoolistas, circunstâncias como as acima descritas
pela CID-10 poderiam eventualmente desencadear, agravar ou contribuir para a recidiva da doença, o que levaria a
enquadrá-la no Grupo III da Classificação de Schilling.


Friday, January 9, 2015

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Definição da Doença

Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho - Definição da Doença

10.3.6 ALCOOLISMO CRÔNICO RELACIONADO AO TRABALHO CID-10 F10.2

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Alcoolismo refere-se a um modo crônico e continuado de usar bebidas alcoólicas, caracterizado pelo
descontrole periódico da ingestão ou por um padrão de consumo de álcool com episódios freqüentes de intoxicação e
preocupação com o álcool e o seu uso, apesar das conseqüências adversas desse comportamento para a vida e a
saúde do usuário. Segundo a OMS, a síndrome de dependência do álcool é um dos problemas relacionados ao
trabalho. A Sociedade Americana das Dependências, em 1990, considerou o alcoolismo como uma doença crônica
primária que tem seu desenvolvimento e manifestações influenciados por fatores genéticos, psicossociais e ambientais,
freqüentemente progressiva e fatal. A perturbação do controle de ingestão de álcool caracteriza-se por ser contínua ou
periódica e por distorções do pensamento, caracteristicamente a negação, isto é, o bebedor alcoólico tende a não
reconhecer que faz uso abusivo do álcool.


Thursday, January 8, 2015

Transtorno mental orgânico ou sintomático - Prevenção

Transtorno mental orgânico ou sintomático - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado relacionado ao trabalho consiste
na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução
deste capítulo. Requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que
o atendimento seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e dar suporte
ao sofrimento psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução dos níveis de exposição às substâncias
químicas envolvidas na gênese da doença, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.
A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da atividade,
buscando conhecer, entre outros aspectos:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- as estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.
A participação dos trabalhadores e dos níveis gerenciais é essencial para a implementação das medidas
corretivas e de promoção da saúde que envolvem modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da
saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas,
especialmente álcool.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Wednesday, January 7, 2015

Transtorno mental orgânico ou sintomático - Tratamento

Transtorno mental orgânico ou sintomático - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento farmacológico: benzodiazepínicos para insônia e ansiedade, antidepressivos para depressão
e antipsicóticos para comportamento disruptivo. Pode estar indicado o uso de carbamazepina para controle da
impulsividade. Geralmente, há a indicação de aposentadoria por invalidez, com as medidas de reabilitação dirigindo-se
mais para a socialização do paciente na família e na comunidade.


Tuesday, January 6, 2015

Transtorno mental orgânico ou sintomático - Quadro clínico e diagnóstico

Transtorno mental orgânico ou sintomático - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se pela evidência de doença, lesão ou disfunção cerebral ou de uma doença física
sistêmica, sabidamente associada a uma das síndromes relacionadas:
- uma relação temporal (semanas ou poucos meses) entre o desenvolvimento da doença subjacente e o
início da síndrome mental;
- recuperação do transtorno mental após a remoção ou melhora da causa presumida subjacente;
- ausência de evidência que sugira uma causa alternativa da síndrome mental, como, por exemplo, uma
forte história familiar ou estresse precipitante.


Monday, January 5, 2015

Transtorno mental orgânico ou sintomático - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtorno mental orgânico ou sintomático - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Quadros de transtorno mental orgânico ou sintomático têm sido encontrados entre os efeitos da exposição
ocupacional às seguintes substâncias químicas tóxicas:
- brometo de metila;
- chumbo e seus compostos tóxicos;
- manganês e seus compostos tóxicos;
- mercúrio e seus compostos tóxicos;
- sulfeto de carbono;
- tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos;
- tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos;
- outros solventes orgânicos neurotóxicos.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, entre outras, o diagnóstico de transtorno
mental orgânico ou sintomático, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no Grupo I da Classificação
de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Sunday, January 4, 2015

Transtorno mental orgânico ou sintomático não-especificado - Definição da Doença

Transtorno mental orgânico ou sintomático não-especificado - Definição da Doença

10.3.5 TRANSTORNO MENTAL ORGÂNICO OU SINTOMÁTICO NÃO-ESPECIFICADO CID-10 F09.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Este termo compreende uma série de transtornos mentais agrupados por terem em comum uma doença
cerebral de etiologia demonstrável, uma lesão cerebral ou outro dano que leva a uma disfunção que pode ser primária,
como nas doenças, lesões ou danos que afetam direta e seletivamente o cérebro, ou secundária, como nas doenças
sistêmicas nas quais o cérebro é um dos múltiplos órgãos envolvidos.
Fazem parte desse grupo a demência na doença de Alzheimer, a demência vascular, a síndrome amnésica
orgânica (não-induzida por álcool ou psicotrópicos) e vários outros transtornos orgânicos (alucinose, estado
catatônico, delirante, do humor, da ansiedade), a síndrome pós-encefalite e pós-traumática, incluindo, também, a
psicose orgânica e a psicose sintomática.


Saturday, January 3, 2015

Transtorno orgânico de personalidade - Prevenção

Transtorno orgânico de personalidade - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do transtorno orgânico de personalidade relacionado ao trabalho consiste na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
Requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento
seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao
sofrimento psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução dos níveis de exposição a substâncias
químicas envolvidas na gênese da doença, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer fatores que podem contribuir para o adoecimento, como, por exemplo:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- estratégias de defesa, individuais e coletivas, adotadas pelos trabalhadores.
A participação dos trabalhadores e dos níveis gerenciais é essencial para a implementação das medidas
corretivas e de promoção da saúde que envolvam modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da
saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas,
especialmente álcool.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Friday, January 2, 2015

Transtorno orgânico de personalidade - Tratamento

Transtorno orgânico de personalidade - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Sendo o transtorno orgânico de personalidade relacionado ao trabalho uma seqüela de disfunção ou lesão
cerebral, o tratamento objetiva a reabilitação social, ou seja, diminuir os prejuízos advindos do comportamento pessoal
e social alterado.
O tratamento farmacológico é sintomático: benzodiazepínicos para insônia e ansiedade, antidepressivos
para depressão e antipsicóticos para comportamento disruptivo. Pode estar indicado o uso de carbamazepina para
controle da impulsividade.
Geralmente há a indicação de aposentadoria por invalidez e de medidas de reabilitação dirigidas para a
socialização do paciente na família e na comunidade.


Thursday, January 1, 2015

Transtorno orgânico de personalidade - Quadro clínico e diagnóstico

Transtorno orgânico de personalidade - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Além de uma história bem definida ou outra evidência de doença ou ainda disfunção cerebral, um diagnóstico
definitivo requer a presença de dois ou mais dos seguintes aspectos:
- capacidade consistentemente reduzida de perseverar em atividades com fins determinados,
especialmente aquelas envolvendo períodos de tempo mais prolongados e gratificação postergada;
- comportamento emocional alterado, caracterizado por labilidade emocional, alegria superficial e imotivada
(euforia, jocosidade inadequada) e mudança fácil para irritabilidade, explosões rápidas de raiva e
agressividade ou apatia;
- expressão de necessidades e impulsos sem considerar as conseqüências ou convenções sociais ( roubo,
propostas sexuais inadequadas, comer vorazmente ou mostrar descaso pela higiene pessoal);
- perturbações cognitivas na forma de desconfiança, ideação paranóide e/ou preocupação excessiva
com um tema único, usualmente abstrato (por exemplo: religião, certo e errado);
- alteração marcante da velocidade e fluxo da produção de linguagem com aspectos, tais como
circunstancialidade, prolixidade, viscosidade e hipergrafia;
- comportamento sexual alterado.