Monday, March 31, 2014

Queratite e queratoconjuntivite - Quadro clínico e diagnóstico

Queratite e queratoconjuntivite - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico das ceratites predomina a dor ocular. A fotofobia e o lacrimejamento podem, eventualmente,
refletir-se sobre a acuidade visual, com borramento da visão.

Úlceras por fungos

Úlceras por fungos

Úlceras por fungos têm sido descritas em trabalhadores na agricultura devido a uma inoculação maciça do
agente (Candida, Fusarium, Aspergillus, Penicillium, Cephalosporium e outros), mas podem ser observadas também
em populações urbanas, a partir da introdução dos corticosteróides na terapêutica oftalmológica. Entre as ceratites por
vírus são importantes aquelas causadas pelo vírus do herpes simples (HSV) e pelo vírus da varicela-zoster, podendo
ocorrer também como uma complicação vacinal. As ceratoconjuntivites provocadas por clamídias, no tracoma e no
linfogranuloma venéreo, podem comprometer gravemente a visão, causando cegueira.
A úlcera corneana típica, associada à avitaminose A, embora rara, é geralmente bilateral, de localização
central, podendo evoluir para necrose com perfuração da córnea.
O acometimento do nervo trigêmeo, decorrente de trauma, cirurgia, tumor ou inflamação, pode levar à
ceratite neuroparalítica, com perda da sensibilidade da córnea (um de seus mecanismos de defesa), à ulceração e à
infecção.

Sunday, March 30, 2014

Queratite e queratoconjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

Queratite e queratoconjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Os mecanismos básicos de produção das ceratites podem ser inflamatórios ou degenerativos.
Em jovens, o trauma ocular e o uso de lentes de contato podem ser fatores predisponentes importantes de
lesão de córnea. Em indivíduos mais idosos, a doença corneana crônica (ceratite “sicca” e herpes), o trauma cirúrgico,
a ceratopatia bolhosa e o entrópio são predisponentes.



Fonte: Doenças do Trabalho

Queratite e queratoconjuntivite - Definição da Doença

Queratite e queratoconjuntivite - Definição da Doença

QUERATITE E QUERATOCONJUNTIVITE CID-10 H16

DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Queratite ou ceratite é uma inflamação da córnea, que pode ser provocada por bactérias, fungos, vírus,
clamídias, protozoários, drogas (medicação antiviral e antibióticos de amplo espectro ou específicos, antiprotozoários
e antiinflamatórios), avitaminose A, processos imunológicos, lesão do nervo trigêmeo, situações nas quais a córnea
não esteja adequadamente umedecida e coberta pelas pálpebras (exoftalmo, ectrópio, trauma de pálpebra, paralisia
de Bell) e a exposição a certos agentes químicos e físicos presentes nos ambientes de trabalho.

Saturday, March 29, 2014

Conjuntivite relacionada ao trabalho - Prevenção

Conjuntivite relacionada ao trabalho - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da conjuntivite relacionada ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes, das condições
de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, como, por exemplo, ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio),
acrilatos, arsênio e seus compostos arsenicais, berílio e seus compostos tóxicos, cimento, cloreto de etila, enzimas de
origem animal, vegetal ou bacteriana, flúor e seus compostos tóxicos, furfural e álcool furfurílico, iodo, isocianatos
orgânicos, radiações ionizantes, radiações ultravioleta, selênio e seus derivados, tetracloreto de carbono, reduzindo a
incidência da doença nos trabalhadores expostos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes, colocação de anteparos e barreiras;
- monitoramento ambiental sistemático;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;

Friday, March 28, 2014

Secreção conjuntival - Tratamento

Secreção conjuntival - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Deve ser precedido da coleta de material para exame citológico e microbiológico
com cultura e antibiograma da secreção conjuntival.
Podem ser usados:
- substitutos das lágrimas, nos casos de deficiência lacrimal;
- antialérgicos, nos quadros de etiologia alérgica;
- antimicrobianos, segundo o tipo de microorganismo;
- compressas frias nas conjuntivites adenovirais;
- remoção de corpúsculo de Molluscum contagiosum;
- corticosteróides e ciclosporina, usados com critério;
- cuidados gerais: limpeza eficaz da exsudação, cuidados com a nutrição, afastamento de substâncias
irritativas e tóxicas e evitar esfregar os olhos.

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite baseia-se na história clínica e no exame oftalmológico.
No diagnóstico diferencial das conjuntivites com as demais causas de olhos vermelhos, dolorosos ou olhos
irritados, é importante afastar as ceratites, as irites e o glaucoma agudo.

Thursday, March 27, 2014

Peso em volta dos olhos - Quadro clínico e diagnóstico

Peso em volta dos olhos - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sintomas mais freqüentes são a sensação de corpo estranho (semelhante à presença de areia),
queimação, peso em volta dos olhos, prurido e, nos casos em que a córnea está afetada, dor e fotofobia.
Os sinais mais importantes nas conjuntivites são a hiperemia, mais evidente na conjuntivite
aguda, lacrimejamento, exsudação, ptose mecânica, hipertrofia papilar, quemose,
foliculite pseudomembranosa ou membranosa, granulomas e adenopatia pré-auricular.

A sensação de corpo estranho, areia ou queimação está associada à hipertrofia das papilas, que,
habitualmente, acompanha a hiperemia conjuntival. A dor mais intensa ao despertar,
que melhora durante o dia, sugere uma infecção estafilocócica, ao passo que uma dor mais
intensa durante o dia sugere a ceratoconjuntivite sicca não tratada, de etiologia auto-imune.
A conjuntivite irritativa manifesta-se desde uma simples hiperemia até a necrose,
dependendo do irritante e da intensidade da exposição.

Cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea

Cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea

A ação alcalina do cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea,
removendo o manto lipídico, podendo ocasionar ceratólise e exulceração.
Entre os fatores que concorrem para o aparecimento da lesão estão os
constitucionais, como a xerose, atopia e ictiose; fatores ligados ao meio ambiente
(frio, calor, umidade e microtraumatismos), além de fatores do próprio agente,
como suas propriedades abrasiva, alcalina e higroscópica.

A exposição ocupacional às radiações infravermelho pode provocar conjuntivites, como a descrita em
forjadores e outros trabalhadores siderúrgicos, associada ou não a outros tipos de acometimento, como a catarata. A
exposição às radiações ionizantes pode provocar conjuntivite e levar à síndrome do olho seco. A exposição ao berílio,
sob a forma de sais e/ou poeira, pode causar, além da doença pulmonar aguda ou crônica, dermatite de contato,
granulomas de pele e irritação de mucosas, nasofaringite, traqueobronquite, faringite e conjuntivite.

Entre os agentes causadores de conjuntivite estão os seguintes:
- ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio);
- acrilatos;
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- berílio e seus compostos tóxicos;
- cimento;
- cloreto de etila;
- enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana;
- flúor e seus compostos tóxicos;
- furfural e álcool furfurílico;
- iodo;
- isocianatos orgânicos;
- outros solventes halogenados tóxicos;
- radiações ionizantes;
- radiações ultravioleta;
- selênio e seus derivados;
- tetracloreto de carbono.

Wednesday, March 26, 2014

Conjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

Conjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As conjuntivites bacterianas agudas e crônicas são os tipos mais comuns de conjuntivite. As conjuntivites
virais, também freqüentes, podem ser causadas por grande variedade de vírus, sendo, geralmente, leves e autolimitadas,
raramente apresentando quadros graves. Todas as riquétsias reconhecidas como patogênicas para o homem podem
causar conjuntivite. As conjuntivites causadas por fungos são raras. Entre as conjuntivites parasitárias, a oncocercíase
é causa comum de cegueira no mundo, secundando o tracoma e a avitaminose A.

Entre as conjuntivites químicas ou irritativas estão as conjuntivites iatrogênicas, causadas por drogas
aplicadas localmente, as conjuntivites ocupacionais decorrentes da exposição a substâncias químicas irritantes e as
conjuntivites por corpo estranho. As conjuntivites ocupacionais podem ser causadas por inúmeros irritantes: ácidos e
álcalis, aerossóis, névoas, vapores de solventes e poeiras em suspensão no ar.
Indivíduos portadores de atopia podem apresentar quadros desencadeados por um ou mais alérgenos,
geralmente em suspensão no ar, entre eles o pólen, o mais comum, produtos animais, fungos não-patológicos, proteínas
vegetais e animais, pêlo, lã, produtos químicos e agrotóxicos.

Conjuntivite - Definição da Doença

Conjuntivite - Definição da Doença

12.3.2 CONJUNTIVITE CID-10 H10

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, que se manifesta por hiperemia e granulações na conjuntiva,
exsudação e lacrimejamento. São descritos mais de 50 quadros de conjuntivites, de acordo com a natureza do processo
(conjuntivite aguda epidêmica, conjuntivite crônica), o mecanismo de ação (conjuntivite atópica ou alérgica), o agente
causal (conjuntivite medicamentosa, conjuntivite química, conjuntivite diftérica), a sintomatologia (conjuntivite catarral
aguda ou crônica, conjuntivite purulenta), o tipo de granulação (conjuntivite folicular, conjuntivite papilar, conjuntivite
papilar gigante) e o grupo acometido (conjuntivite actínica ou conjuntivite dos soldadores).
Por sua localização, a conjuntiva está exposta a numerosos microorganismos e à ação de substâncias
nocivas. Seu principal mecanismo de proteção é o lacrimejamento, que dilui o material infeccioso, lavando os detritos
conjuntivais e restos de organismos para o nariz, reduzindo, assim, a vulnerabilidade. Além disso, a presença de
lisozima, betalisina, IgA e IgE contribui para inibir o crescimento bacteriano.
A conjuntivite é, geralmente, uma doença autolimitada em decorrência da presença da lágrima; abundância
de elementos linfóides; exfoliação epitelial constante; saco conjuntival resfriado pela evaporação da lágrima; ação de
bombeamento do sistema de drenagem lacrimal; envolvimento das bactérias pelo muco conjuntival e excreção.
De modo esquemático, as conjuntivites podem ser classificadas, segundo o mecanismo de produção
da lesão, em:

Tuesday, March 25, 2014

Blefarite - Prevenção

Blefarite - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da blefarite relacionada ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes e processos de
trabalho e dos efeitos ou danos para saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.

As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência da doença, como, por exemplo, radiações infravermelha em indústrias
siderúrgicas e em atividades de forja; radiações ionizantes em serviços de saúde e em processos industriais; arsênio
e seus compostos em processos industriais e fundição de ligas metálicas; e cimento na indústria da construção;
reduzindo a incidência da doença nos trabalhadores expostos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes, colocação de anteparos e barreiras;
- monitoramento ambiental sistemático;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário. Devem ser garantidos os recursos
adequados para o atendimento de situações de emergência, uma vez que o contato ou respingos de
substâncias químicas nos olhos podem ameaçar a visão, como chuveiros ou duchas lava-olhos em
locais rapidamente acessíveis. Os trabalhadores devem estar treinados para proceder imediatamente
à lavagem dos olhos, com água corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo em seguida encaminhados
para avaliação especializada por oftalmologista;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva, como óculos de segurança.

Blefarite - Tratamento

Blefarite - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Deve ser precedido da coleta de material local para isolamento microbiano e antibiograma. Medidas gerais
de higiene incluem a limpeza local com cotonete embebido em xampu neutro e água, calor local, pomadas com compostos
de selênio ou mercúrio nas bordas palpebrais e correção de ametropia e heteroforias. Essas medidas são suficientes
para o tratamento da blefarite escamosa ou seborréica e devem ser aplicadas, também, na blefarite ulcerosa,

Monday, March 24, 2014

Blefarite - Quadro clínico e diagnóstico

Blefarite - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico, os principais sintomas são: irritação, ardor e prurido nas bordas das pálpebras, que se
apresentam congestas. Podem ser vistas escamas ou granulações presas aos cílios das pálpebras superior e inferior.
Na blefarite por estafilococo, as escamas são secas, as pálpebras apresentam-se avermelhadas, observando-se
pequenas ulcerações ao longo da borda e queda dos cílios. No tipo seborréico, as caspas são gordurosas, não ocorre
ulceração e as pálpebras não se apresentam tão vermelhas. Na blefarite mista, as escamas são secas e gordurosas,
as bordas das pálpebras se apresentam avermelhadas, com pequenas ulcerações. A seborréia do couro cabeludo, dos
supercílios e do pavilhão auricular está, freqüentemente, associada à blefarite seborréica.
Nas blefarites alérgicas relacionadas ao trabalho pode ser observada a presença de edema palpebral
pruriginoso, indolor, de aparecimento agudo e regressão rápida. Pode estar associada a uma dermatose eczematóide,
particularmente no canto lateral da pálpebra, com prurido e lesões cutâneo-escamosas.

Blefarite - Epidemiologia e Fatores de risco

Blefarite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A exposição à radiação infravermelha pode provocar quadros de blefarite, como as descritas em forjadores
e outros trabalhadores em siderurgia. As radiações ionizantes, raios X e raios Gama podem provocar radiodermites
agudas ou crônicas, com blefarite e queda dos cílios.
Trabalhadores expostos ao cimento podem apresentar quadros graves de blefarite, com edema e congestão
palpebral, geralmente associadas à conjuntivite.
A exposição ao arsênio e seus compostos pode provocar blefarite, sendo comum o acometimento simultâneo
de outros órgãos e sistemas, como, por exemplo, quadros dermatológicos (hiperceratose, dermatite eczematosa,
ceratite, hiperpigmentação e câncer de pele); irritação respiratória e risco aumentado de câncer pulmonar; hepatite
tóxica; neuropatia sensorial.

Sunday, March 23, 2014

Blefarite - Definição da Doença

Blefarite - Definição da Doença

12.3.1 BLEFARITE CID-10 H01.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Blefarite é uma inflamação crônica das bordas livres das pálpebras, geralmente bilateral. Pode ser
classificada, segundo a localização da lesão, em blefarite angular e blefarite ciliar ou marginal; a forma de acometimento,
em blefarite escamosa e blefarite ulcerosa; e, a causa, em blefarite infecciosa, alérgica ou metabólica.



Fonte: Doenças do Trabalho

Lista de doenças do olho e anexos relacionadas ao trabalho

Lista de doenças do olho e anexos relacionadas ao trabalho

12.3 LISTA DE DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADAS AO TRABALHO, DE ACORDO COM A
PORTARIA/MS N.º 1.339/1999
- Blefarite (H01.0)
- Conjuntivite (H10)
- Queratite e queratoconjuntivite (H16)
- Catarata (H28)
- Inflamação coriorretiniana (H30)
- Neurite óptica (H46)
- Distúrbios visuais subjetivos (H53.-)



Fonte: Doenças do Trabalho

Saturday, March 22, 2014

DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADAS AO TRABALHO

Doenças do olho - Introdução

DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo VII da CID-10)
INTRODUÇÃO
O aparelho visual é vulnerável à ação de inúmeros fatores de risco para a saúde presentes no trabalho,
como, por exemplo, agentes mecânicos (corpos estranhos, ferimentos contusos e cortantes), agentes físicos
(temperaturas extremas, eletricidade, radiações ionizantes e não-ionizantes), agentes químicos, agentes biológicos
(picadas de marimbondo e pêlo de lagarta) e ao sobreesforço que leva à astenopia induzida por algumas atividades de
monitoramento visual.

Os efeitos de substâncias tóxicas sobre o aparelho visual têm sido reconhecidos como um importante
problema de saúde ocupacional. Segundo dados disponíveis, mais da metade das substâncias que constam da lista
preparada pela ACGIH tem um efeito potencialmente lesivo sobre o olho e seus anexos. E, na medida em que são
introduzidas novas substâncias nos processos produtivos, esse número tende a aumentar.

Os acidentes oculares são muito comuns, representando cerca de 12% de todos os acidentes ocupacionais
na Finlândia, 4% na França e 3% das ocorrências nos Estados Unidos da América. Na Inglaterra, em estudo multicêntrico
recente, foram analisados 5.671 casos de acidentes oculares, dos quais 70% ocorreram no local de trabalho, atingindo
homens adultos jovens na fase produtiva da vida. Aproximadamente 2,4 milhões de acidentes oculares ocorrem
anualmente nos Estados Unidos, estimando-se entre 20.000 e 68.000 lesões graves, capazes de ameaçar a visão,
exigindo cuidados hospitalares mais complexos.
As manifestações variam da sensação de dor, desconforto e alterações na estética até os transtornos
graves da função visual, temporários ou permanentes.

Encefalopatia tóxica aguda - Prevenção

Encefalopatia tóxica aguda - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das encefalopatias tóxicas relacionadas ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência da doença, entre eles acrilamida, arsênio e seus compostos,
chumbo e seus derivados, mercúrio e seus derivados inorgânicos, sulfeto de carbono, hidrocarbonetos halogenados,
metil-n-butil cetona, n-hexano, PCB, tri-orto-cresilfosfato e compostos organofosforados, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

Friday, March 21, 2014

Encefalopatia tóxica aguda - Epidemiologia e Fatores de risco

Encefalopatia tóxica aguda - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As substâncias químicas neurotóxicas mais freqüentemente associadas à produção de encefalopatias
tóxicas agudas e/ou crônicas são:
- acrilamida;
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- chumbo e seus compostos tóxicos 2,4 D;
- mercúrio metálico e seus derivados inorgânicos;
- compostos organofosforados;
- hidrocarbonetos halogenados;
- metil-n-butil cetona (MBK);
- n-hexano;
- policloreto de bifenila;
- sulfeto de carbono;
- tri-orto-cresilfosfato.

Encefalopatia tóxica aguda - Tratamento

Encefalopatia tóxica aguda - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O diagnóstico etiológico preciso é fundamental para a definição da terapêutica e das medidas preventivas.
A avaliação médica da deficiência, da gravidade e das repercussões sobre o desempenho do paciente, e
mesmo do prognóstico relacionado ao quadro de encefalopatia tóxica crônica ou ao dano cerebral crônico, é difícil. As
manifestações podem ser difusas, refletindo um acometimento global do cérebro, e caracterizam-se pela ausência de
um sinal focal. Para avaliação das disfunções mentais ou comportamentais, podem ser utilizados os indicadores ou
parâmetros de aferição da disfunção mental ou comportamental empregados pela AMA, que organizam a disfunção ou
deficiência causadas pelos transtornos mentais e do comportamento em quatro áreas:

Thursday, March 20, 2014

Encefalopatia tóxica aguda - Definição da Doença

Encefalopatia tóxica aguda - Definição da Doença

11.3.12 ENCEFALOPATIA TÓXICA AGUDA CID-10 G92.1

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A encefalopatia tóxica é uma síndrome neuropsiquiátrica secundária à exposição a agentes tóxicos,
caracterizada por sinais e sintomas inespecíficos e danos cerebrais difusos.
As manifestações clínicas dependem do agente envolvido, podendo comprometer
qualquer atividade encefálica, desde funções motoras, sensitivas, quanto
complexas funções corticais (memória, julgamento, abstração, cálculo, linguagem e juízo).
As alterações são, geralmente, difusas e bilaterais.
Quando a intoxicação é aguda ou maciça pode comprometer a consciência e levar ao coma e à
morte. As encefalopatias tóxicas agudas de origem ocupacional tendem a ser cada vez mais raras.

Polineuropatia induzida - Prevenção

Polineuropatia induzida - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das outras polineuropatias relacionadas ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência da doença, entre eles, acrilamida, arsênio e seus compostos,
chumbo e seus derivados, sulfeto de carbono, cloropropileno, metil-n-butil cetona, n-hexano, policloretos de bifenila
(PCB), tri-orto-cresilfosfato e compostos organofosforados, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;

Wednesday, March 19, 2014

Polineuropatia induzida - Tratamento

Polineuropatia induzida - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento dependerá da etiologia associada. O trabalhador deverá ser afastado da exposição ao agente
neurotóxico.



Fonte: Doenças do Trabalho

Polineuropatia induzida - Quadro clínico e diagnóstico

Polineuropatia induzida - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os achados mais comuns nas polineuropatias metabólicas ou tóxicas decorrem do comprometimento axonal
distal, seguido de desmielinização segmentar. A perda da sensibilidade ao toque é a manifestação comum da neuropatia
periférica. Também podem estar alteradas a percepção da discriminação entre dois pontos, posição, vibração e
temperatura. Dependendo da gravidade da neuropatia, o exame eletromiográfico pode revelar alteração da velocidade
de condução nervosa e redução da amplitude sensitiva ou motora do potencial obtido. A avaliação com potencial
evocado sensitivo pode ser, eventualmente, útil naqueles pacientes com alterações eletroneuromiográficas mais discretas.
A velocidade de condução nervosa motora ou sensitiva mais lenta está, geralmente, associada à desmielinização das
fibras nervosas, enquanto que valores normais na presença de diminuição da amplitude motora e sensitiva relacionam-
se às polineuropatias axonais.

Tuesday, March 18, 2014

Polineuropatia induzida - Epidemiologia e Fatores de risco

Polineuropatia induzida - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As substâncias químicas neurotóxicas mais freqüentemente associadas à produção de polineuropatias são:
- acrilamida;
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- chumbo e seus derivados inorgânicos;
- compostos organofosforados;
- 1-cloro-2-propeno, 3-cloropropileno, cloroalileno, α cloropropileno;
- metil-n-butil cetona (MBK);
- n-hexano;
- PCB;
- sulfeto de carbono;
- tri-orto-cresilfosfato.

Polineuropatia induzida - Definição da Doença

Polineuropatia induzida - Definição da Doença

OUTRAS POLINEUROPATIAS: CID-10 G62.-
POLINEUROPATIA DEVIDA A OUTROS AGENTES TÓXICOS G62.2
POLINEUROPATIA INDUZIDA PELA RADIAÇÃO G62.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As neuropatias periféricas designam um conjunto de alterações que se traduzem em sintomas variados
como a sensação de formigamento e entorpecimento, que podem progredir para uma disestesia até a perda da
sensibilidade. Fraqueza muscular e eventual atrofia podem resultar do dano das fibras nervosas motoras.

Monday, March 17, 2014

Lesão do nervo poplíteo lateral - Prevenção

Lesão do nervo poplíteo lateral - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das mononeuropatias do membro inferior relacionadas ao trabalho baseia-se na vigilância dos
ambientes, processos, atividades de trabalho e vigilância dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução
do capítulo 18 – Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho. Requer uma ação
integrada, articulada entre os setores assistenciais e os de vigilância.
É importante que o cuidado desses casos seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem
interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento físico e psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais
e de intervenção nos ambientes de trabalho.
A vigilância de fatores de risco baseia-se na descrição das tarefas executadas pelo trabalhador, a partir da
observação direta ou entrevista, utilizando check lists, e, se possível, análise ergonômica das atividades, com ênfase
nos aspectos relativos à organização do trabalho, incluindo:
- análise ergonômica do trabalho real, da atividade, das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de
trabalho;
- avaliação do ritmo e da intensidade do trabalho;
- estudo dos fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho, dos sistemas de turnos, dos
sistemas de premiação e dos incentivos;
- avaliação dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre colegas e chefias.

Lesão do nervo poplíteo lateral - Tratamento

Lesão do nervo poplíteo lateral - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
As orientações básicas para a condução de casos de LER/DORT estão na introdução do capítulo 18 –
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho.
Inexistindo causas estruturais detectáveis para a compressão, o paciente deve ser orientado para evitar
pressões sobre o nervo dos joelhos, se necessário com afastamento das atividades e/ou mudança no posto e nas
condições de trabalho. A evolução clínica deve ser seguida, e em pacientes que apresentam progressão do quadro há
indicação de cirurgia exploratória.
Para a avaliação da disfunção e deficiência causadas pelas mononeuropatias do membro inferior, podem
ser úteis os indicadores e parâmetros utilizados nos Guides da AMA, semelhantes aos utilizados para o parkinsonismo,
baseados na hierarquização das deficiências ou disfunções da postura e da marcha, como segue:

CLASSE 1: o paciente consegue levantar-se, ficar em pé e caminhar, mas tem dificuldade com elevações do chão,
grades, degraus, cadeiras baixas e marchas de longa distância;

Sunday, March 16, 2014

Lesão do nervo poplíteo lateral - Quadro clínico e diagnóstico

Lesão do nervo poplíteo lateral - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por fraqueza dos músculos extensores do pé, ou pé caído,
e por alterações sensitivas (parestesias e hipoestesias) na face lateral da perna e
dorso do pé do mesmo lado do nervo afetado.

Lesão do nervo poplíteo lateral - Epidemiologia e Fatores de risco

Lesão do nervo poplíteo lateral - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A literatura consultada contém poucas informações sobre a ocorrência ou distribuição dessa patologia na
população em geral e/ou em populações trabalhadoras.
O nervo poplíteo externo, também conhecido como fibular comum, é um dos ramos do nervo ciático
responsável pela inervação dos músculos extensores do tornozelo e dos dedos do pé. A lesão do nervo poplíteo
externo pode ocorrer em pacientes anestesiados que têm as pernas amarradas contra superfícies duras, em pacientes
caquéticos em camas duras e em pessoas que mantêm as pernas cruzadas por muito tempo, como costureiras e
alfaiates, ou que deixam a parte posterior da perna apoiada contra uma superfície dura. A compressão do nervo se dá
contra a cabeça da fíbula e, mais raramente, contra o músculo fibular longo. Trabalhos que exijam a posição de
cócoras também podem causar lesão.

Saturday, March 15, 2014

Lesão do nervo poplíteo lateral - Definição da Doença

Lesão do nervo poplíteo lateral - Definição da Doença

MONONEUROPATIAS DO MEMBRO INFERIOR: CID-10 G57.-
LESÃO DO NERVO POPLÍTEO LATERAL G57.3

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As mononeuropatias decorrem do comprometimento de apenas um nervo. Ao contrário das polineuropatias,
quando as causas sistêmicas são as mais comuns, as mononeuropatias, apesar da possibilidade de serem causadas
por fatores tóxicos ou metabólicos, têm como principal fator desencadeante as causas locais. Destacam-se, entre elas:
tumores, traumas, compressão nervosa externa ou de estruturas subjacentes, como um músculo hipertrofiado, por
exemplo.

Compressão do nervo supra-escapular - Prevenção

Compressão do nervo supra-escapular - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das mononeuropatias dos membros superiores relacionadas ao trabalho baseia-se na
vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução
do capítulo 18 – Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho, deste manual.
A prevenção desses agravos requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e os de
vigilância. É importante que o cuidado desses casos seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem
interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento físico e psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais
de intervenção nos ambientes de trabalho.
A vigilância de fatores de risco baseia-se na descrição das tarefas executadas pelo trabalhador, a partir da
observação direta ou entrevista, utilizando check-lists e, se possível, pela realização da análise ergonômica da atividade,
com ênfase nos aspectos relativos à organização do trabalho, incluindo:
- análise ergonômica do trabalho real, da atividade, das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de
trabalho;
- avaliação do ritmo e da intensidade do trabalho;
- estudo dos fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho, dos sistemas de turnos, dos
sistemas de premiação e dos incentivos;
- avaliação dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre colegas e chefias.

Friday, March 14, 2014

Compressão do nervo supra-escapular - Tratamento

Compressão do nervo supra-escapular - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O estabelecimento de um plano terapêutico para o portador de LER/DORT obedece a alguns pressupostos,
dentre os quais se destacam a importância do diagnóstico precoce e preciso e a conveniência do afastamento dos
trabalhadores sintomáticos de situações de exposição, mesmo aquelas consideradas "leves". As orientações básicas
para a condução de casos incluídos no grupo LER/DORT estão detalhadas na introdução do capítulo 18 – Doenças do
sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (18.3) relacionadas ao trabalho.

Nos casos iniciais em que há identificação de sede anatômica precisa das lesões e diagnóstico de entidades
nosológicas específicas, o esquema terapêutico básico inclui uma das seguintes alternativas:
- uso de antiinflamatórios, gelo local, com afastamento das atividades laborais e extralaborais que exijam
movimentação e posturas dos membros superiores que os sobrecarreguem;
- medidas de fisioterapia e afastamento das atividades laborais e extralaborais que exijam movimentação
e posturas dos membros superiores que os sobrecarreguem;
- acupuntura ou medicação homeopática, gelo local, com afastamento das atividades laborais e
extralaborais que exijam movimentação e posturas dos membros superiores que os sobrecarreguem.

Compressão do nervo supra-escapular

Compressão do nervo supra-escapular

COMPRESSÃO DO NERVO SUPRA-ESCAPULAR (G56.8)

Síndrome provocada pela compressão do nervo supra-escapular em sua passagem sobre a borda superior
da escápula ou por meio do forame supra-escapular.
A exposição ocupacional está associada a atividades em que há uso de tiras largas nos ombros para o
transporte de peso, exigências de elevação de objetos pesados acima da altura do ombro e histórico de acidentes de
trabalho com fratura de escápula e/ou traumatismos do ombro. Sua ocorrência pode estar associada à prática de
esportes, como o voleibol e o beisebol, à presença de hipertrofia muscular e a complicações cirúrgicas do ombro.

O quadro clínico se caracteriza por dor escapular, comprometimento de movimentos e força de abdução e
rotação externa do braço. Em estágios avançados, pode haver hipotrofia do músculo supra-espinhoso e/ou infra-
espinhoso. A compressão exclusiva do ramo inferior do supra-escapular pode provocar fraqueza isolada do músculo
infra-espinhoso.
O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado pelo exame eletroneuromiográfico, mostrando lesão exclusiva
do nervo.

Thursday, March 13, 2014

Lesão do nervo cubital ulnar

Lesão do nervo cubital ulnar

LESÃO DO NERVO CUBITAL (ULNAR): SÍNDROME DO TÚNEL CUBITAL (G56.2)
Síndrome caracterizada pela compressão do nervo ulnar na região do cotovelo entre as duas cabeças do
músculo flexor ulnar do carpo – túnel cubital ou na altura do canal cubital.
Em ordem de aparecimento, é a segunda
manifestação de compressão nervosa mais freqüente, comum em pessoas que dormem com o braço fletido e pronado. É
descrita como associada a movimentos repetitivos, flexão extrema de cotovelo com ombro abduzido, flexão repetida de
cotovelo associada com sua extensão em contra-resistência, apoio de cotovelo em superfícies duras e vibrações
localizadas.
O paciente se queixa de fraqueza nas mãos, dormência, agulhadas em território de nervo ulnar ou apenas
dor na região medial do cotovelo. Como o canal estreita-se durante a flexão, o distúrbio pode ser visto apenas quando
há flexão do cotovelo por tempo prolongado, mesmo inexistindo movimentos repetitivos. Dor e parestesia noturna em
área do nervo ulnar que acorda o paciente, diminuição da força de preensão e dificuldade para movimentos finos de
precisão podem ser observados.

Síndrome do canal de guyon

Síndrome do canal de guyon

SÍNDROME DO CANAL DE GUYON (G56.2)

É a síndrome caracterizada pela compressão do nervo ulnar na região do punho, no canal ou túnel de
Guyon. Trata-se de quadro pouco comum, associado com exposições a movimentos repetitivos (flexão, extensão) de
punhos e mãos, contusões contínuas, impactos intermitentes ou compressão mecânica na base das mãos (região
hipotenar ou borda ulnar), vibrações. É um problema descrito há tempos, entre ciclistas.
Predomina o quadro de alterações motoras, com possível paralisia de todos os músculos intrínsecos de
dedos exceto os dois primeiros lumbricais e o músculo abdutor curto do polegar, inervados pelo mediano. Pode haver
quadro exclusivamente sensitivo que se manifesta por formigamentos e dor nos 4.º e 5.º dedos. Podem ser observados
quatro diferentes tipos de apresentações clínicas, de acordo com o ponto de compressão, se sobre fibras sensitivas e/
ou motoras.
Ao exame físico, observa-se o teste de monofilamento alterado em área de ulnar, hipotrofia dos músculos
intrínsecos, sinal de Tinel no punho, lateralmente ao pisiforme, dígito-percussão e Phalen positivos em área de ulnar;
sinal de Froment (diminuição de força de adução de polegar); diminuição de força de preensão e pinça (polegar – 5.º
dedo), dificuldade de impulsionar bolinha de papel (piparote) com alça de polegar e mínimo, dificuldades de adução e
abdução dos 4.º e 5.º dedos. Podem associar-se com cisto sinovial.

Wednesday, March 12, 2014

Síndrome do pronador redondo

Síndrome do pronador redondo

SÍNDROME DO PRONADOR REDONDO (G56.1)
Resulta da compressão do nervo mediano em sua passagem pela região do cotovelo entre as duas porções
do músculo pronador redondo. A síndrome do pronador redondo tem sido incluída entre os diversos quadros de
compressão nervosa relacionados ao trabalho. Entre as exposições ocupacionais associadas com o quadro estão
supinação e pronação repetidas e repetição de esforço manual com antebraço em pronação.
Como na síndrome do túnel do carpo, existem controvérsias quanto à caracterização de
sua relação com atividades profissionais.

O quadro clínico caracteriza-se por dor em projeção do músculo pronador durante esforços e/ou repetição,
acompanhado de hipoestesia no território do nervo mediano, diminuição da força de preensão e de pinça. Ao exame
clínico observa-se que as queixas são desencadeadas ou pioram com a flexão de cotovelo em contra-resistência(CR),
entre 120º e 150º. Podem ser realizados o teste de antagonismo da função de pronador redondo: com o cotovelo
estendido e o antebraço supinado, fazer pronação em CR e o teste de antagonismo de flexor superficial do dedo
médio: flexão CR de interfalangiano proximal (IFP). O sinal de Tinel pode ser positivo na fossa antecubital. Tinel
positivo no caso de antebraço e negativo em punho, sinais de Phalen e Phalen invertido negativos.

Síndrome do túnel do carpo

Mononeuropatias dos membros superiores - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A seguir, serão caracterizadas cada uma das síndromes que constam da lista.

Síndrome do túnel do carpo

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO (G56.0)
É a síndrome caracterizada pela compressão do nervo mediano em sua passagem pelo canal ou túnel do
carpo. Está associada a tarefas que exigem alta força e/ou alta repetitividade, observando-se que a associação de
repetitividade com frio aumenta o risco.
As exposições ocupacionais consideradas mais envolvidas com o surgimento do quadro incluem flexão e
extensão de punho repetidas principalmente se associadas com força, compressão mecânica da palma das mãos, uso
de força na base das mãos e vibrações.
Entre os profissionais mais afetados estão os que usam intensivamente os teclados de computadores, os
trabalhadores que lidam com caixas registradoras, os telegrafistas, as costureiras, os açougueiros e os trabalhadores
em abatedouros de aves ou em linhas de montagem.

O quadro inicial caracteriza-se por queixas sensitivas: sensação de formigamento (hipoestesia) na mão, à noite,
dor e parestesia em área do nervo mediano (polegar, indicador, médio e metade radial do anular), que podem aumentar na
vigência de exigências do trabalho semelhantes às supracitadas, desconforto que pode se irradiar até os ombros.

Tuesday, March 11, 2014

Mononeuropatias dos membros superiores - Epidemiologia e Fatores de risco

Mononeuropatias dos membros superiores - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As mononeuropatias dos membros superiores podem ser classificadas como doenças relacionadas ao
trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, nas quais o trabalho deve ser considerado como fator de risco, no
conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal dessas neuropatias, particularmente em trabalhadores
que exercem atividades em posições forçadas e/ou com gestos repetitivos.



Fonte: Doenças do Trabalho

Mononeuropatias dos membros superiores - Definição da Doença

Mononeuropatias dos membros superiores - Definição da Doença

MONONEUROPATIAS DOS MEMBROS SUPERIORES: CID-10 G56.-
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO G56.0

OUTRAS LESÕES DO NERVO MEDIANO:
SÍNDROME DO PRONADOR REDONDO G56.1
SÍNDROME DO CANAL DE GUYON G56.2
LESÃO DO NERVO CUBITAL (ULNAR):
SÍNDROME DO TÚNEL CUBITAL G56.2

OUTRAS MONONEUROPATIAS DOS MEMBROS SUPERIORES:
COMPRESSÃO DO NERVO SUPRA-ESCAPULAR G56.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As mononeuropatias periféricas designam um conjunto de alterações decorrentes da compressão de apenas
um dos nervos dos membros superiores e inferiores. Essas lesões podem decorrer de uma pressão interna, como, por
exemplo, de uma contração muscular ou edema da bainha dos tendões ou de forças externas, como a quina de uma
mesa, uma ferramenta manual ou a superfície rígida de uma cadeira, e estão incluídas no grupo LER/DORT.
Entre as entidades nosológicas que acometem os membros superiores estão síndrome do túnel do carpo,
síndrome do pronador redondo, síndrome do canal de Guyon, lesão do nervo cubital (ulnar), síndrome do túnel cubital,

Monday, March 10, 2014

Transtornos do plexo braquial - Prevenção

Transtornos do plexo braquial - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos transtornos do plexo braquial (11.3.8) relacionados ao trabalho consiste na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução do capítulo 18
– Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (18.3) relacionadas ao trabalho, deste manual.
A implantação de um programa de acompanhamento médico e vigilância dos fatores de risco é fundamental
para a prevenção desses agravos. Recomenda-se iniciar a vigilância pela busca passiva e ativa de queixas ou sintomas
músculo-esqueléticos, por meio de:
- entrevista com o trabalhador;
- achados médicos sugestivos de sobrecargas de trabalho, pelo uso de questionários.

Transtornos do plexo braquial - Tratamento

Transtornos do plexo braquial - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
As orientações básicas para a condução de casos de LER/DORT estão na introdução do capítulo 18 –
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (18.3) relacionadas ao trabalho.
Segundo Herington & Morse (1995), a síndrome do desfiladeiro torácico é uma anormalidade estrutural
cujo tratamento requer, em geral, apenas uma série de exercícios mantidos por cerca de 6 semanas, para alongar a
musculatura anterior do tórax, fortalecer os músculos da cintura escapular e a parte posterior do tórax, mover a cabeça
e o pescoço para a posição normal (corrigir postura de cabeça fletida ou curvada anteriormente). A correção da posição
usada para dormir deve completar a orientação visando ao melhor controle dos sintomas noturnos.

Sunday, March 9, 2014

Transtornos do plexo braquial - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos do plexo braquial - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico, entre as manifestações neurológicas, destacam-se:
- dores irradiadas da coluna cervical por todo o membro superior;
- dor e hiperestesia de caráter migratório;
- alterações de sensibilidade em bordo interno de braço, antebraço e em território de nervo ulnar na mão
(4.º e 5.º dedos), que geralmente acontecem à noite;
- entre os sintomas vasculares podem ser relatados edema, claudicação aos esforços, sensação de frio
na mão, que parecem acometer mais o lado radial e os dedos polegar e indicador.
Ao exame, o quadro pode ser reproduzido por manobras de abdução e rotação externa de braço. Em geral,
durante as manobras há desaparecimento do pulso radial, que, isoladamente, não significa positividade para a presença
de compressão. A compressão costoclavicular também pode reproduzir os sintomas.

Transtornos do plexo braquial - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtornos do plexo braquial - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A literatura registra taxas de prevalência variadas, de 0,3% entre trabalhadores da indústria a 44% em
mulheres trabalhadoras de linhas de montagem (Kuorinka & Forcier, 1995). Entre os fatores causais está o trabalho em
posição forçada com elevação e abdução dos braços acima da altura dos ombros empregando força, flexão e/ou
hiperextensão de ombros, compressão sobre o ombro ou do ombro contra algum objeto e flexão lateral do pescoço.

Saturday, March 8, 2014

Transtornos do plexo braquial - Definição da Doença

Transtornos do plexo braquial - Definição da Doença

TRANSTORNOS DO PLEXO BRAQUIAL
(SÍNDROME DA SAÍDA DO TÓRAX, SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO) CID-10 G54.0

DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Disfunção caracterizada pela compressão do feixe neurovascular – plexo braquial, artéria e veia subclávia –
na sua passagem pela região cervical, no desfiladeiro torácico, considerada como integrante do grupo LER/DORT.



Fonte: Doenças do Trabalho

Transtornos do nervo olfatório - Prevenção

Transtornos do nervo olfatório - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos transtornos do nervo olfatório relacionados ao trabalho baseia-se na vigilância dos
ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste
capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência da doença, entre eles cádmio, sulfeto de hidrogênio, poeira de
cimento, ácido sulfúrico, formaldeído, acrilatos, solventes, como tricloroetileno, benzeno, etilacetato, dissulfeto de carbono,
tolueno, chumbo, cromo, níquel e radiações ionizantes, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;

Friday, March 7, 2014

Transtornos do nervo olfatório - Tratamento

Transtornos do nervo olfatório - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não existe tratamento específico, e o afastamento da exposição é o procedimentro mais importante. Os
testes padronizados para avaliação do nervo olfatório, utilizados para fins de diagnóstico, podem ser empregados no
acompanhamento do caso.
É relativamente difícil estabelecer critérios para avaliar e estadiar a deficiência produzida pela doença. O
desenvolvimento de parosmias (odores anormais) ou de anosmia residual pós-tratamento poderá provocar impactos
importantes sobre o trabalhador, tanto em seus mecanismos de defesa (odor de substâncias químicas tóxicas ou
perigosas) como, eventualmente, sobre sua capacidade de trabalho, dependendo de sua atividade profissional.



Fonte: Doenças do Trabalho

Encefalopatia tóxica aguda - Quadro clínico e diagnóstico

Encefalopatia tóxica aguda - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico depende do agente tóxico envolvido.
Nas intoxicações causadas por arsênio, manifestam-se dor nas extremidades, cefaléia,
fraqueza muscular, sugestivos de uma polineuropatia, e depressão do sistema
nervoso central que pode levar ao coma. Nas intoxicações crônicas avançadas, os sintomas neurológicos podem ser
os mais importantes, predominando as neurites periféricas.
As manifestações da encefalopatia tóxica pelo arsênio são
semelhantes às da síndrome de Wernicke e à psicose de Korsakoff, em decorrência do bloqueio associado ao
metabolismo da tiamina.

A intoxicação crônica grave causada pelo mercúrio manifesta-se por alterações da cavidade oral com
inflamação da mucosa e gengivas, que se tornam esponjosas e sangram facilmente, ocasionando a queda dos dentes.
Aparecem, também, tremores finos e involuntários nas mãos, pés e língua, que são agravados nos movimentos
voluntários ou intencionais e distúrbios de comportamento traduzidos em ansiedade, irritabilidade, depressão, regressão,
nervosismo e timidez. Além disso, podem ocorrer lesões renais, traduzidas em proteinúria, edema e sintomas
inespecíficos, como debilidade, fadiga, palidez, perda de peso e transtornos gastrintestinais.
Nas intoxicações por chumbo, os danos cerebrais são mais freqüentes em crianças que nos adultos.
Manifestam-se por letargia, vômitos intermitentes, apatia, sonolência, irritabilidade, estupor, perda de memória e tremores
musculares que podem evoluir para convulsões, coma e morte.

Nas doenças neurotóxicas de etiologia ocupacional, o diagnóstico é feito geralmente por exclusão. São
recomendados os seguintes critérios diagnósticos:
- verificação da exposição por meio da história ocupacional, observando-se associação adequada entre
a exposição e os sintomas típicos;
- evidência objetiva da patologia de base, por meio de exame neurológico, tomografia axial
computadorizada (TC), eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética (RM) e testes
neuropsicológicos;
- exclusão de outras doenças crônicas ou degenerativas (doença de Parkinson, doença de Alzheimer e outras demências), de doença psiquiátrica primária, de doença de etiologia genética e de exposições
não-ocupacionais a álcool, drogas e medicamentos.



Fonte: Doenças do Trabalho

Wednesday, March 5, 2014

Transtornos do nervo olfatório - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos do nervo olfatório - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O diagnóstico baseia-se na história clínica, ocupacional e exame neurológico, que pode ser complementado
por testes padronizados que utilizam uma bateria de substâncias com distintos odores.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com uma variedade de quadros clínicos nos quais se apresenta a
perda do olfato, como aqueles mencionados anteriormente.



Fonte: Doenças do Trabalho

Transtornos do nervo olfatório - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtornos do nervo olfatório - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Não estão disponíveis dados sobre a freqüência dos transtornos olfatórios na população. Em alguns grupos
ocupacionais, os indivíduos expostos a irritantes apresentam problemas numa proporção mais de 15 vezes maior do
que nos não-expostos. As substâncias químicas tóxicas mais comumente referidas são:
- cádmio;
- sulfeto de hidrogênio (H2S);
- poeira de cimento;
- ácido sulfúrico;
- formaldeído;
- acrilatos;
- solventes, como tricloroetileno, benzeno, etilacetato, dissulfeto de carbono, tolueno;
- chumbo;
- cromo;
- níquel;
- radiações ionizantes.
O cádmio, além de outros metais, está presente em processos metalúrgicos, cerâmicas, fundição e fabricação
de ligas metálicas, em operações de solda e cortes de tubulações, na composição de tintas e pigmentos.
Os derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos são utilizados como matéria-prima ou produtos
finais em indústrias químicas, como solventes, na limpeza de peças e componentes, na indústria eletroeletrônica,
como solventes em vernizes, tintas, adesivos, na indústria da construção ou como desengraxantes em limpeza a seco
de roupas e similares.
As drogas com grupos sulfidrilos, incluindo os inibidores da acetilcolinesterase, a penicilamina, as
antineoplásicas e anti-reumáticas são causas comuns do problema, assim como o uso continuado de descongestionante
nasal em spray.
Em trabalhadores expostos a produtos químicos neurotóxicos, a anosmia, com as características acima
descritas, excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser considerada como doença relacionada ao trabalho, do
Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.



Fonte: Doenças do Trabalho

Tuesday, March 4, 2014

Transtornos do nervo olfatório - Definição da Doença

Transtornos do nervo olfatório - Definição da Doença

11.3.7 TRANSTORNOS DO NERVO OLFATÓRIO (INCLUI ANOSMIA) CID-10 G52.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os transtornos do nervo olfatório caracterizam-se por queixas de alterações ou perversão, redução ou
mesmo ausência do olfato. Anosmia ou perda da acuidade olfatória é um achado relativamente comum que resulta da
desmielinização das fibras do nervo olfatório. Problemas neurológicos que afetam o cérebro ou os nervos cranianos
podem levar a alterações sensoriais do olfato.



Fonte: Doenças do Trabalho

Monday, March 3, 2014

Transtornos do nervo trigêmeo - Prevenção

Transtornos do nervo trigêmeo - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos transtornos do nervo trigêmeo relacionados ao trabalho baseia-se na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste
capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, entre eles o tricloroetileno e outros derivados
halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR
7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e
municípios. O Anexo n.º 11 da NR 15 define os limites de tolerância das concentrações em ar ambiente de várias substâncias
químicas para jornadas de até 48 horas semanais, entre elas:
- para exposições ao tricloroetileno: 78 ppm ou 420 mg/m3.
Esses parâmetros devem ser revisados periodicamente, e sua manutenção dentro dos limites estabelecidos não exclui
a possibilidade de ocorrerem danos à saúde.

O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado
e exame físico criterioso. A avaliação do reflexo de piscamento (avaliação neurofisiológica das vias
aferentes e eferentes do reflexo de piscar) deve ser de rotina. Sua alteração pode preceder às queixas
clínicas. A melhora clínica ocorre da periferia da face para a região central;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- análises toxicológicas:
- em trabalhadores expostos ao tricloroetileno: dosagem de ácido tricloroacético na urina –
IBMP de 300 µg/g de creatinina.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Transtornos do nervo trigêmeo - Tratamento

Transtornos do nervo trigêmeo - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não há tratamento específico para o quadro. O afastamento da atividade de risco deverá ser imediato aos
primeiros sinais de parestesia nas regiões nasal e perioral, observando-se que o quadro evolui da região central da
face para a periferia.



Fonte: Doenças do Trabalho

Sunday, March 2, 2014

Transtornos do nervo trigêmeo - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos do nervo trigêmeo - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Várias entidades clínicas podem causar neuropatia trigeminal, que se manifesta por déficit sensorial, motor
ou misto. Doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla e tumorais, como o Schwanoma do trigêmeo, são
exemplos de afecções que podem apresentar esta sintomatologia.
Na intoxicação aguda pelo tricloroetileno, sobressaem seus efeitos narcóticos sobre o Sistema Nervoso
Central (SNC) e a arritmia cardíaca (ver protocolo Arritmia cardíaca). Na exposição crônica aparecem os efeitos sobre
o SNC, como narcose e diminuição da atenção, sobre o coração, produzindo arritmias cardíacas, transtornos da
função hepática e renal, irritação de pele e mucosas e quadros de neuropatias tóxicas, destacando-se a neurite do
trigêmeo por tricloroetileno. Nesses casos, a intoxicação mais importante pode acompanhar-se de neuropatia motora
do trigêmeo, disfagia, disfonia e diplegia facial (comprometimento de múltiplos nervos cranianos).
O diagnóstico baseia-se em:
- história clínica;
- história de exposição aos derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos;
- quadro de neuropatia trigeminal (como descrita acima) até meses após a exposição ao agente e sinais
sistêmicos de intoxicação para derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos (transtornos do
SNC, hepáticos e renais);
- exame neurológico com achados sugestivos.
Os exames laboratoriais podem revelar a presença de ácido tricloroacético (metabólito do tricloroetileno)
na urina (o IBMP, segundo a NR 7, é de 300 µg/g de creatinina), que é utilizada para controle da exposição ocupacional
ao tricloroetileno.



Fonte: Doenças do Trabalho

Saturday, March 1, 2014

Transtornos do nervo trigêmeo - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtornos do nervo trigêmeo - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A intoxicação ou a exposição crônica aos derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos,
particularmente o tricloroetileno, são importantes causas tóxicas e ocupacionais de neuropatia do nervo trigêmeo.
O tricloroetileno e outros derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos são utilizados como matéria-
prima ou produtos finais em indústrias químicas, como solventes, na limpeza de peças e componentes, na indústria
eletroeletrônica, como solventes em vernizes, tintas, adesivos, na indústria da construção ou como desengraxantes
em limpeza a seco de roupas e similares.
Em trabalhadores expostos a substâncias químicas neurotóxicas, entre elas o tricloroetileno, os transtornos
do nervo trigêmeo, com as características acima descritas e excluídas outras causas não-ocupacionais, devem ser
considerados como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui
causa necessária.



Fonte: Doenças do Trabalho

Transtornos do nervo trigêmeo - Definição da Doença

Transtornos do nervo trigêmeo - Definição da Doença

11.3.6 TRANSTORNOS DO NERVO TRIGÊMEO CID-10 G50.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Síndrome clínica de perda sensorial com analgesia e/ou anestesia no território inervado pelo V par craniano,
que se caracteriza por perda da sensibilidade cutânea da face, geralmente bilateral, acompanhada de parestesias com
formigamento, queimação e prurido leve. A anestesia facial pode ocasionar ferimentos em volta das narinas por
traumatismos repetidos. O déficit motor do nervo trigêmeo não tem sido observado. Os casos de comprometimento
das fibras motoras manifestam-se pela fraqueza dos músculos mastigatórios.



Fonte: Doenças do Trabalho