Monday, January 13, 2014

Episódios depressivos - Epidemiologia e Fatores de risco

Episódios depressivos - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A relação dos episódios depressivos com o trabalho pode ser sutil. As decepções sucessivas em situações
de trabalho frustrantes, as perdas acumuladas ao longo dos anos de trabalho, as exigências excessivas de desempenho
cada vez maior, no trabalho, geradas pelo excesso de competição, implicando ameaça permanente de perda do lugar
que o trabalhador ocupa na hierarquia da empresa, perda efetiva, perda do posto de trabalho e demissão podem
determinar depressões mais ou menos graves ou protraídas. A situação de desemprego prolongado tem estado associada
ao desenvolvimento de episódios depressivos em vários estudos em diferentes países. Alguns estudos comparativos
controlados têm mostrado prevalências maiores de depressão em digitadores, operadores de computadores, datilógrafas,
advogados, educadores especiais e consultores.
Episódios depressivos também estão associados à exposição ocupacional às seguintes substâncias
químicas tóxicas:
- brometo de metila;
- chumbo e seus compostos tóxicos;
- manganês e seus compostos tóxicos;
- mercúrio e seus compostos tóxicos;
- sulfeto de carbono;
- tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos;
- tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos;
- outros solventes orgânicos neurotóxicos.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, entre outras, o diagnóstico de
episódios depressivos, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no Grupo I da Classificação
de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária. A sintomatologia depressiva nestes casos
geralmente não constitui o quadro primário, estando geralmente associada aos transtornos mentais orgânicos induzidos por
essas substâncias, como a demência, o delirium, o transtorno cognitivo leve,
o transtorno orgânico de personalidade, o transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado, conforme descritos nos itens específicos. Assim, sempre que ficar
caracterizada uma síndrome depressiva e houver história ocupacional de exposição a substâncias tóxicas, deve-se investigar
a coexistência de um transtorno mental orgânico, ou seja, indicativo de disfunção ou lesão cerebral.



Fonte: Doenças do Trabalho

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